Um novo órgão internacional poderia ajudar na luta contra o aquecimento global, mas o mundo não pode se dar ao luxo de esperar sua criação, disseram na sexta-feira dois importantes economistas e especialistas em clima.
O britânico Nicholas Stern e o norte-americano Jeffrey Sachs defenderam em um fórum da ONU uma urgente ação global para conter as emissões de dióxido de carbono e de outros gases responsáveis pelo efeito estufa.
O presidente da França, Jacques Chirac, propôs neste mês a criação de um órgão ambiental com mais força que o atual Programa Ambiental da ONU. O plano é apoiado por outros 45 países, mas não por EUA, China e Rússia, que são grandes poluidores.
``Provavelmente vamos precisar de algum tipo de organização'', disse Stern, ex-economista do Banco Mundial e responsável por um influente estudo em 2006 para o governo britânico a respeito dos gastos com a redução das emissões de carbono.
``Mas não podemos esperar por tal organização. Temos de tê-la agora'', disse Stern, cujo relatório argumenta que o custo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa seria de apenas 1 por cento do PIB mundial caso algumas medidas sejam tomadas agora, mas que esse gasto cresceria exponencialmente se for adiado.
Sachs, diretor do Instituto Terra da Universidade Columbia e consultor da ONU para o combate à pobreza, defendeu a criação de uma Organização Ambiental Mundial. ``Mas não acredito que ela seja necessária para resolver o problema'', ressalvou.
Ele disse que a própria ONU e os acordos já existentes, como o Protocolo de Kyoto, poderiam levar à redução das emissões caso os líderes mundiais tratem esse assunto com a devida seriedade.
``O problema com os acordos internacionais é que as pessoas acham que eles são feitos para serem ignorados'', disse Sachs.
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