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O anúncio do presidente venezuelano, Hugo Chávez, de que pretende nacionalizar setores estratégicos do país – como de energia e telecomunicações – sinaliza o começo de uma "nova era" na Venezuela, segundo especialistas ouvidos pela BBC.

"Estamos diante de uma nova era na Venezuela, baseada na ideologia e em uma maior intervenção do Estado na economia, mas, por ora, está restrita aos setores estratégicos", disse à BBC a especialista em Venezuela da revista britânica The Economist, Fiona Mackie.

Mackie prevê que o chavismo se "radicalizará" ainda mais no futuro. "A mudança de ministério e sua iniciativa de criar um partido único refletem que Chávez quer se livrar de possíveis traidores e que nomeou ministros que não questionarão suas idéias", disse. "Os duros tomaram o poder."

Ela observa que a vontade de Chávez de acabar com a autonomia do Banco Central venezuelano não é tão relevante, pois, para ela, essa autonomia na prática já não existe hoje.

'Economia soviética'

Para alguns especialistas, como Michael Cox, do centro de estudos Chatham House, de Londres, nem mesmo os chavistas sabem exatamente qual o rumo que o país vai tomar.

Segundo Cox, a Venezuela "parecia estar se movendo para uma economia estatal do tipo soviético, ainda que isso não signifique que as nacionalizações vão acontecer."

Cox diz que, antes de tudo, Chávez está "nadando a favor da correnteza" e promovendo processos de nacionalização semelhantes ao que foi realizado em outros países latino-americanos onde as privatizações de empresas públicas foram conduzidas de forma fraudulenta nos anos 1990.

Para Cox, o discurso de Chávez sobre as nacionalizações não aconteceu por acaso.

"Tudo isso tem relação direta com a percepção de que a política exterior americana está em crise, que (o presidente americano) Bush é uma força esgotada e que os americanos podem fazer muito pouco contra ele, assim como acontece com a Rússia e com o Irã", disse.

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