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O líder da oposição esquerdista do México, Andrés Manuel López Obrador, disse neste domingo que não reconhecerá nunca o seu rival direitista como presidente e afirmou que vai fazer uma "transformação radical" do país, montando um governo paralelo.

É quase certeza que o tribunal eleitoral do México vai confirmar esta semana a eleição de Felipe Calderón, do partido do governo, para presidente, mas Obrador insiste que foi roubado na eleição, realizada em 2 de julho.

- Nunca aceitaremos a usurpação nem reconheceremos um presidente eleito que é ilegítimo - disse ele, que é ex-prefeito da Cidade do México, num encontro de milhares de pessoas que o apóiam, na principal praça da capital.

- Vamos realizar profundas mudanças, mudanças de raiz, porque é disso que o México precisa - afirmou. - É de uma transformação radical. Vamos construir um novo país que seja justo e honrado.

Há mais de um mês, os partidários de esquerda protestam contra o resultado da eleição, ocupando a gigante praça Zócalo, centro simbólico do poder no México desde os tempos dos aztecas. Os manifestantes também ocuparam uma grande parte do bulevar Reforma, paralisando o centro da cidade e provocando caos no trânsito.

López Obrador não disse como pretende estabelecer um governo paralelo, mas afirmou anteriormente que seus partidários podem continuar com os protestos de rua durante anos, se necessário. Também prometeu evitar violência.

Legisladores de esquerda subiram à tribuna no Congresso, impedindo que o presidente Vicente Fox fizesse o seu último discurso sobre o estado da nação na noite de sexta-feira. Ele se retirou do Congresso e fez o discurso pela TV.

Se Calderón for declarado eleito, os deputados de esquerda podem repetir essa tática em 1 de dezembro, quando ele teria que entrar no Congresso para receber a faixa presidencial e fazer o discurso de aceitação, que daria início ao seu mandato de seis anos.

López Obrador disse que eles e os que o apóiam apresentarão um plano para uma nova nação numa convenção a ser realizada na praça Zócalo em 16 de setembro, dia da independência do México.

- Não decidiremos apenas sobre a nossa forma de governo ... mas algo muito importante também será definido: o plano básico para a transformação do México - disse López Obrador, do Partido da Revolução Democrática.

Calderón, ex-ministro da Energia e o favorito dos líderes empresariais devido às suas políticas de livre mercado, afirma que a eleição foi justa e que sua expectativa é de que seja declarado como presidente eleito.

A mais alta corte eleitoral do México tem que declarar até a quarta-feira quem é o próximo presidente. A sua decisão é inapelável.

O tribunal já descartou as alegações de López Obrador de que houve fraude generalizada. Ainda falta dar o resultado final, declarar que a eleição foi limpa e dar o nome do vencedor.

O resultado inicial era que Calderón, do Partido de Ação Nacional, venceu por cerca de 244.000 votos, ou apenas 0,58 ponto percentual.

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