Obama (à dir.) visita memorial do Holocausto acompanhado do presidente de Israel, Shimon Peres (centro) e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu| Foto: Reuters/Jason Reed

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta sexta-feira (22) que a criação do Estado de Israel em 1948 não foi produto do Holocausto, afirmação que os líderes israelenses esperavam há quatro anos.

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"O Estado de Israel não foi criado devido ao Holocausto", avaliou Obama ao concluir uma visita ao Museu Yad Vashem, que guarda a lembrança dos seis milhões de judeus que morreram nas mãos dos nazistas antes e durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A afirmação, a princípio irrelevante, era esperada pelo governo israelense desde 4 de junho de 2009, quando em um discurso no Cairo Obama estabeleceu uma relação direta entre ambos os episódios históricos.

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O comentário indignou Israel, para quem a afirmação respaldava a tese palestina de que os judeus estão em uma terra que não lhes pertence e com a qual não têm nenhum vínculo histórico. A conclusão retiraria o direito de existência de Israel como estado judeu.

Obama afirmou hoje que "um Israel forte" é o que garante precisamente que "não se produzirá outro Holocausto". Em sua primeira visita ao museu como presidente, sua segunda em caráter pessoal, o presidente ressaltou que o anti-semitismo e o racismo em geral "não têm cabimento no mundo", porque "nossos filhos não nasceram para odiar".

"Aqui lembramos não só a maldade que pode chegar o ser humano, mas também sua bondade, como daqueles que não ficaram à margem (e salvaram judeus)", disse sobre a instituição.

"É um relato da atrocidade, mas também um lugar de inspiração", observou ao final de sua visita.

Acompanhado pelo presidente israelense, Shimon Peres, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Obama começou o percurso na Sala dos Nomes, um espaço circular coberto que em suas paredes têm fotografias e biografias de vítimas do Holocausto.

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Obama, que ontem foi condecorado por Israel com sua máxima distinção, a medalha presidencial, visitou antes os túmulos do ideólogo do Estado judeu, Teodoro Herzl, e do primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin, assassinado em 1995, situados em uma colina em frente ao Museu Yad Vashem

O governante terá hoje uma nova reunião com o primeiro-ministro israelense, na qual apresentará as posturas do presidente palestino, Mahmoud Abbas, sobre um possível reatamento das negociações de paz.

Obama e Abbas se reuniram ontem em Ramala para sondar as perspectivas da aplicação da solução de dois Estados, que Obama defendeu como a "única possível".

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