Imagens do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, com aparência frágil na cama levantaram dúvidas sobre a gravidade de seu estado de saúde, e quem poderia eventualmente sucedê-lo.

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No começo de setembro, Khamenei fez um anúncio inesperado de que passaria por uma cirurgia e pediu para que as pessoas rezassem por sua saúde, em um fato sem precedentes nos 35 anos de história da República Islâmica instalada no país.

O alto escalão do país, incluindo o presidente Hassan Rouhani, o chefe do Judiciário e o presidente do Parlamento foram visitar o líder supremo, de 75 anos, com cada visita registrada em fotos nos sites iranianos de notícias.

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Até mesmo o ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad, que teve tensas relações com Khamenei nos últimos anos, foi visitá-lo.

Rumores sobre Khamenei circulam há anos. Mas nunca houve tanto interesse da mídia sobre a saúde do líder, o qual possui bastante influência e autoridade constitucional sobre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, assim como nos militares e na imprensa.

O chefe da equipe cirúrgica disse que Khamenei passou por uma operação de próstata que durou menos de meia hora, e que apenas uma anestesia local foi utilizada. Ele estava completamente acordado e conversando durante o procedimento, segundo cirurgião.

Mas, caso a saúde de Khamenei piore, o clero tradicional e a Guarda Revolucionária Islâmica -principal força militar do Irã e potência econômica- precisará estabelecer um sucessor rapidamente para evitar um período de instabilidade política no país, disseram especialistas.

Até agora, o Irã teve apenas dois líderes supremos desde a revolução de 1979, após Khamenei ter sucedido o fundador da República Islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini, em 1989.

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Líderes supremos são eleitos pela Assembleia de Especialistas, que é composta principalmente de clérigos veteranos. Mas está claro que a Guarda Revolucionária também terá um grande papel, segundo especialistas.

No passado, a Guarda resistiu às tentativas de Rouhani de limitar sua influência na economia e na política externa, assim como sobre o contestado programa nuclear do pais.

Nada disso será facilmente empurrado de lado nas conversas sobre um futuro líder supremo. "É improvável que Guardas Revolucionários vão dar a decisão de seu próximo comandante a um grupo de clérigos idosos", disse Karim Sadjadpour, um estudioso do Irã.