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Cidadão afegão caminha em frente ao local onde ocorreu o atentado em Cabul, Afeganistão. | WAKIL KOHSARAFP
Cidadão afegão caminha em frente ao local onde ocorreu o atentado em Cabul, Afeganistão.| Foto: WAKIL KOHSARAFP

Um dia de tensões entre polícia e comerciantes teve um fim mortal nesta quinta (4) quando um homem bomba se explodiu, matando pelo menos 20 pessoas, incluindo 16 membros da polícia local, segundo fontes oficiais. 

Policiais fizeram uma incursão em lojas no bairro Banayee na quarta-feira por suspeita de que os donos estavam vendendo substâncias ilegais, inclusive álcool e haxixe, segundo Najib Danish, porta-voz do Ministério do Interior do Afeganistão. 

Na quinta, os lojistas tomaram as ruas em protesto, alegando que a polícia havia matado um deles. Quando a polícia retornou à cena, o homem bomba detonou o dispositivo. 

Horas depois, o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque pelo próprio serviço de notícias do grupo, Amaq. O Estado Islâmico tem um afiliado regional no Afeganistão, e tem reivindicado uma série de ataques em Cabul nas últimas semanas, incluindo aquele em um centro cultural xiita na semana passada que custou quase 50 vidas. 

Usuários das redes sociais em Cabul expressaram um ceticismo incomum de que o Estado Islâmico tenha ordenado o ataque desta vez, já que muitos moradores suspeitam que o grupo dos homens bomba vem de áreas próximas à fronteira do Paquistão ou de dentro do Paquistão. 

Já que os protestos de quinta-feira parecem ter sido espontâneos, muitos duvidam que um invasor poderia ter chegado em Cabul a tempo de interceptar as forças policiais. Além disso, existem muitos rumores de que as lojas em Banayee vendem itens que vão desde narcóticos a vestes suicidas. 

De qualquer jeito, o ataque foi outro sinal da crescente violência e insegurança em Cabul. 

O Estado Islâmico tem levado carnificina às ruas da cidade repetidas vezes. O ataque mais mortal ano passado matou mais de 150 pessoas do lado de fora da “Zona Verde”, área protegida da cidade, e forçou várias embaixadas a fechar. O ataque desta quinta também aconteceu a poucos quilômetros de uma área diplomática. 

As forças especiais afegãs estão presas em batalhas com o afiliado regional do Estado Islâmico nas montanhas do leste afegão, junto à fronteira do Paquistão, desde que o grupo surgiu em 2014. As forças especiais dos Estados Unidos também estão regularmente envolvidas em combates por lá. 

Em 1º de janeiro, o Sargento Mihail Golin, 34, foi morto lá, fazendo dele a primeira baixa do exército americano em 2018, segundo o Pentágono anunciou na quarta-feira.

Contribuiram para a reportagem Sharif Walid e Sayed Salahuddin
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