Buenos Aires - O governo argentino anunciou na semana passada o "resgate dos fundos de Previdência privada, que serão estatizados, mas conseguiu um efeito contrário ao desejado: em vez de parecer que está tomando medidas importantes para atenuar os efeitos da crise internacional, acabou trazendo à tona rumores sobre um novo calote.
Enquanto o governo afirma que a medida visa salvar os aposentados, já que os fundos de pensão registravam grandes perdas em ações e bônus com a desvalorização recente dos papéis, analistas e oposição entendem que a medida foi tomada para garantir caixa para pagar os vencimentos da dívida nos próximos anos.
A notícia caiu mal e provocou uma queda de 24,29% no índice da Bolsa de Buenos Aires desde terça-feira. No ano, a baixa acumulada é de 58,63%. Bônus da dívida caíram, enquanto o dólar e o risco-país subiram.
Os números são fruto da desconfiança gerada pela ação estatal. "A forma desordenada com a qual o governo toma decisões de política econômica gera suspeitas de que o país está muito pior do que está ou deveria estar, afirma o economista e ex-secretário de Indústria Dante Sica.
Com a estatização, que ainda tem de ser aprovada pelo Congresso, o governo absorverá US$ 30 bilhões dos fundos de pensão e arrecadará outros US$ 5 bilhões anuais. A medida foi a alternativa encontrada pela Argentina para pagar as dívidas em 2009, diante da falta de financiamento internacional e da queda no valor das commodities de produtos como a soja um dos principais itens de exportação do país.
-
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
-
Jim Jordan: quem é campeão de luta livre que chamou Moraes para a briga
-
“A ditadura está escancarada”: nossos colunistas comentam relatório americano sobre TSE e Moraes
-
Aos poucos, imprensa alinhada ao regime percebe a fria em que se meteu; assista ao Em Alta
Deixe sua opinião