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Homens armados mataram 24 pessoas neste domingo no Iraque, a maioria delas estudantes, e a violência piorou neste fim de semana no país. Enquanto isso, o governo iraquiano continua em impasse sobre a nomeação dos novos ministros do Interior e da Defesa, cargos considerados críticos para restaurar a segurança.

Em um dos piores incidentes, homens armados tiraram de carros e executaram a tiros 24 civis em um posto de controle falso em uma cidade ao norte de Bagdá. Entre as vítimas estão estudantes, crianças e idosos, disse um comandante da polícia da província de Diyala, onde são freqüentes os ataques de insurgentes que tentam derrubar o governo apoiado pelos Estados Unidos e liderado por xiitas.

Em Basra, no sul do Iraque, um grupo religioso sunita acusou as forças de segurança da cidade de terem matado neste domingo doze fiéis desarmados em uma mesquita. No entanto, a polícia disse que reagiu a tiros e alega que matou nove terroristas.

O incidente aconteceu horas depois de um carro-bomba matar 28 pessoas em Basra, em desafio ao estado de emergência declarado pelo novo primeiro-ministro, Nuri al-Maliki, para conter as gangues criminosas e facções xiitas que, com suas disputas, ameaçam as exportações de petróleo.

Os incidentes estão entre os mais graves ocorridos na segunda maior cidade iraquiana desde que forças lideradas pelos EUA invadiram o país para derrubar Saddam Hussein, em 2003.

A segurança em Basra, que é patrulhada por forças britânicas, deteriorou-se muito no último ano com a luta pelo poder entre grupos xiitas.

A violência entre facções religiosas explodiu no Iraque em fevereiro, quando um templo xiita na cidade de Samarra foi atingido por uma bomba, o que provocou uma onda de assassinatos por vingança e gerou temores de guerra civil.

Os EUA, que têm 130 mil soldados no Iraque, esperam que a coalizão ampla de Maliki, formada pela maioria xiita e pelas minorias sunita e curda, consiga encerrar a violência.

A nomeação de ministros do Interior e da Defesa que não tenham ligação com facções será essencial para acabar com os ataques insurgentes e a disputa entre comunidades.

A briga pelos cargos forçou Maliki a deixá-los abertos quando divulgou seu governo de união nacional, em 20 de maio.

Ele ameaçou apresentar suas próprias indicações ao Parlamento se os blocos políticos não chegarem a um acordo sobre os nomes.

Fontes do governo disseram que os líderes estavam próximos de um consenso neste domingo para indicar o ex-oficial do Exército Farouk al-Araji para o cargo de ministro do Interior, e o general sunita Abdel Qader Jassim, comandante das forças terrestres iraquianas, para a Defesa.

Mas o vice-presidente do Parlamento, Khaled al-Attiya, disse neste domingo que a sessão havia sido adiada "até um próximo comunicado".

Fontes políticas disseram que a poderosa Aliança Xiita está em impasse sobre o nome para o ministério do Interior. O Conselho Supremo para a Revolução Islâmica no Iraque ameaçou rejeitar Araji para a pasta do Interior, em uma medida que pode dividir o bloco ao qual Maliki pertence.

Alguns membros da Aliança Xiita disseram que o acordo ainda pode ser fechado neste domingo. Mesmo assim, não há garantias de que os candidatos conseguirão estabilizar o país.

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