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A mudança climática provocada pela ação humana vai liberar na atmosfera mais gases do efeito estufa, agravando ainda mais o aquecimento global, segundo um novo estudo.

Mas o efeito cascata do dióxido de carbono adicional - armazenado no solo, nas plantas e nos oceanos -, junto às emissões industriais desse gás, será menos grave do que sugeriam alguns estudos recentes, de acordo com os pesquisadores.

"Estamos confirmando que a retroalimentação existe e é positiva (em termos de volume). Essa é a má notícia", disse David Frank, do Instituto Federal Suíço de Pesquisas WSL, principal autor do estudo publicado na edição de quinta-feira da revista Nature.

"Mas, se compararmos nossos resultados com algumas estimativas recentes, é uma boa notícia", acrescentou Frank, cidadão norte-americano, em declarações à Reuters.

Os dados, baseados em oscilações naturais das temperaturas entre os anos 1050 e 1800, indicam que uma elevação de 1 grau Celsius na temperatura aumenta a concentração atmosférica de dióxido de carbono em 7,7 partes por milhão.

Isso está bem abaixo das estimativas recentes de 40 partes por milhão, o que causaria efeitos climáticos ainda mais dramáticos - como secas, incêndios florestais, inundações e elevação do nível dos mares.

A concentração atmosférica de CO2 já passou de 280 partes por milhão antes da Revolução Industrial para 390 partes por milhão. O último grande relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima, em 2007, incluía poucas avaliações sobre o ciclo de retroalimentação do carbono.

Frank disse que o novo estudo, feito por cientistas da Suíça e Alemanha, representa um avanço por quantificar a retroalimentação do carbono nos últimos mil anos, e vai ajudar a refinar os modelos informatizados para a previsão das temperaturas.

"Num clima mais quente, não devemos esperar surpresas agradáveis na forma de uma captura mais eficiente de carbono pelos oceanos e a terra", escreveu Hughes Goose, da Universidade Católica de Louvain (Bélgica), num comentário na Nature.

Os especialistas fizeram 220 mil comparações dos níveis de dióxido de carbono - aprisionado em minúsculas bolhas nas camadas anuais de gelo antártico - em relação às temperaturas inferidas a partir de fontes naturais, como os anéis das árvores ou os sedimentos lacustres acumulados ao longo dos anos entre 1050 e 1800.

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