Nova Iorque O governo norte-americano, com base em uma declaração de emergência do presidente George W. Bush, coletou secretamente dados bancários de operações financeiras realizadas em 200 países do mundo por cerca de cinco anos. As informações são de funcionários do próprio governo dos EUA.
Teriam sido usados dados da Sociedade para a Telecomunicação Interbancária Mundial (SWIFT, em inglês), cooperativa belga que lida com dados financeiros de cerca de 7,8 mil instituições. O serviço mapeia mais de 11 milhões de mensagens por dia de praticamente todos os países do mundo.
Iniciado pouco depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, o programa de vigilância desrespeita a barreira de privacidade garantida às transações bancárias.
No programa, os EUA coletaram dados de milhares de transferências internacionais de dinheiro inclusive as feitas por cidadãos norte-americanos , em um esforço para identificar a localização, identidade e atividades de suspeitos de terrorismo. Nem os bancos teriam autorizado expressamente o repasse dos dados.
Segundo funcionários da área de contraterrorismo, o programa funciona em conjunto com a vigilância de chamadas telefônicas internacionais e envio de e-mails realizada pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), que coletou sem mandado judicial dados telefônicos de mais de 5 mil norte-americanos suspeitos de ligação com atividades terroristas.
A existência do programa que seria administrado pelo Departamento do Tesouro em conjunto com a CIA foi relatada ontem na versão na internet dos jornais The New York Times, The Los Angeles Times e The Wall Street Journal.
O subsecretário do Tesouro para terrorismo e inteligência financeira, Stuart Levey, disse que o programa é "legal" e foi usado de "forma apropriada" pelo governo. Segundo o secretário do Tesouro americano John Snow, o programa não tem a intenção de "invadir a privacidade" dos cidadãos, mas de atingir o "coração" das atividades terroristas.
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