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O procurador-geral adjunto Matthew G. Olsen, da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça, disse que a Rússia usa as proteções da Primeira Emenda, que nega a seus cidadãos, para dividir os americanos
O procurador-geral adjunto Matthew G. Olsen, da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça, disse que a Rússia usa as proteções da Primeira Emenda, que nega a seus cidadãos, para dividir os americanos| Foto: Divulgação/Department of Justice

Quatro americanos e três russos foram acusados formalmente por um grande júri em Tampa, na Flórida, de supostamente realizar nos Estados Unidos uma campanha de "influência maligna" em favor da Rússia, que incluía interferir nas eleições locais, informou o Ministério Público.

A acusação alega que os réus russos "recrutaram, financiaram e dirigiram grupos políticos americanos para atuar como agentes ilegais não registrados do governo russo, semear discórdia e disseminar propaganda pró-Rússia".

O principal réu é Aleksandr Viktorovich Ionov, um morador de Moscou que foi o fundador e presidente do Movimento Antiglobalização da Rússia (AGMR, na sigla em inglês), uma organização sediada em Moscou financiada pelo governo russo.

Ionov supostamente utilizou o AGMR para realizar a campanha nos EUA, que foi liderada e supervisionada por oficiais do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), incluindo os réus Aleksey Borisovich Sukhodolov e Yegor Sergeyevich Popov. Nenhum deles está nos Estados Unidos.

“Os oficiais de inteligência acusados, em particular, participaram do financiamento e direção encoberta dos candidatos a cargos locais nos Estados Unidos”, disse a procuradoria-geral do Middle District da Flórida.  Como parte da campanha, Ionov supostamente recrutou membros do Partido Socialista Popular Africano e do Movimento Uhuru (coletivamente, APSP) na Flórida; Black Hammer, na Geórgia; e uma organização da Califórnia mencionada na acusação como Grupo Político 3 para atuar como agentes da Rússia nos Estados Unidos.

Os réus americanos são Omali Yeshitela, de 81 anos, presidente e fundador da APSP, Penny Joanne Hess e Jesse Nevel, membros do mesmo grupo, e Augustus C. Romain Jr., vulgo Gazi Kodzo, que foi líder da APSP e fundador da Black Hammer na Geórgia. Todos figuram como residentes de St. Petersburg (Flórida) e St. Louis (Missouri) na acusação e, de acordo com o jornal Tampa Bay Times, até terça-feira (18), não haviam sido presos.

“A conselho do meu advogado, não posso fazer uma declaração ou comentar sobre a acusação atual. No entanto, estou ansioso pelo meu dia no tribunal", disse em um comunicado Yeshitela, que negou as acusações quando o caso começou.

"Especificamente, Ionov forneceu apoio financeiro a esses grupos; ordenou que publicassem propaganda pró-Rússia; coordenou e financiou ações diretas desses grupos dentro dos Estados Unidos, com a intenção de promover os interesses russos; e coordenou a cobertura dessa atividade nos meios de comunicação russos", disse o comunicado de imprensa da Procuradoria.

Além disso, Ionov, Sukhodolov e Popov teriam conspirado para influenciar direta e substancialmente a eleição nos Estados Unidos ao financiar e dirigir clandestinamente a campanha política de um candidato particular a um cargo local em St. Petersburg, Flórida, em 2019.

Ionov e Popov supostamente tinham a intenção de que com este complô de interferência eleitoral se estendesse além do ciclo de eleições locais de 2019 em Saint Petersburg.

"O serviço de inteligência estrangeiro da Rússia supostamente usou como arma nossos direitos da Primeira Emenda – liberdades que a Rússia nega a seus próprios cidadãos – para dividir os americanos e interferir nas eleições americanas", disse o procurador-geral adjunto Matthew G. Olsen, da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça.

"O departamento não hesitará em expor e processar aqueles que semeiam a discórdia e corrompem as eleições americanas a serviço de interesses estrangeiros hostis, independentemente de os culpados serem cidadãos americanos ou estrangeiros no exterior", afirmou ele em comunicado.

O procurador-geral adjunto Kenneth A. Polite, Jr., da Divisão Criminal do Departamento de Justiça, afirmou que "não serão tolerados os esforços do governo russo para influenciar secretamente as eleições americanas".

O Departamento de Justiça também menciona em seu comunicado que foi apresentada uma queixa criminal separada, no Distrito de Columbia, acusando a cidadã russa Natalia Burlinova de conspirar com um oficial do FSB para atuar como agente ilegal da Rússia nos EUA.

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