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Secretário de Estado, Antony Blinken
O secretário de Estado, Antony Blinken, falou sobre as relações entre EUA e China no Senado americano, nesta terça-feira (16).| Foto: EFE/EPA/Jim Lo Scalzo

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, acusou nesta terça-feira (16) a China de permitir o envio ao México de componentes químicos usados na fabricação de fentanil traficado para o território americano.

Durante uma apresentação para um comitê do Senado dos EUA, Blinken criticou Pequim por não "cooperar genuinamente" com Washington para conter o tráfico de drogas, mas advertiu que seu país continuará a pressionar por uma mudança de posição.

"A China terá que decidir se quer resolver essa questão ou se vai continuar a permitir, de uma forma ou de outra, o desvio desses componentes químicos", disse.

O fentanil, um opioide sintético 50 a 100 vezes mais potente do que a morfina e que é misturado a outras drogas para aumentar seu efeito, causou uma crise de saúde pública nos EUA, onde 100 mil pessoas morreram no ano passado por overdose da substância.

Blinken explicou que muitos dos componentes químicos do fentanil são legais, mas chegam ilicitamente ao México, vindos da China.

"Em todos os nossos contatos com a China, temos pressionado o país sobre essa questão específica, para que tome medidas para controlar o desvio de componentes do fentanil e de outros opioides sintéticos", declarou.

No entanto, a resposta do país asiático, segundo o chefe da diplomacia americana, tem sido que "esse é um problema de consumo dos EUA".

Para pressionar a China nesse sentido, o governo de Joe Biden está formando "uma coalizão internacional contra o fentanil, porque esse é um problema global", afirmou Blinken.

Essa questão também estremeceu as relações entre EUA e México, já que Washington garantiu que seu vizinho deveria fazer "mais" para conter o tráfico de fentanil, enquanto os republicanos pediram uma intervenção militar no território mexicano.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, negou que o fentanil seja fabricado em seu país e disse que a droga vem diretamente da China para a América do Norte, principalmente para os EUA.

Mas Pequim rebateu a informação, após uma carta que Obrador enviou em abril ao presidente chinês, Xi Jinping, para pedir ajuda no combate à droga.

Blinken explicou na audiência desta terça-feira que os EUA apreenderam no ano passado fentanil suficiente para matar toda a sua população, e que 90% da droga entra no país escondida através das pontes oficiais de fronteira.

Ele disse que "o México é um parceiro vital e necessário" nessa questão, e que o presidente Biden conversou por "muitas horas" com Obrador sobre esse assunto. O chanceler enfatizou que o México apreendeu "quantidades recordes" de fentanil no ano passado, mas insistiu que "claramente são necessários mais esforços e recursos".

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