Características
ZunZuneo começou sem controvérsias e somou 40 mil usuários
A rede social cubana ZunZuneo chegou a ter 40 mil usuários que compartilhavam conteúdo "não controverso" sobre futebol ou música, embora o propósito fosse introduzir depois o matiz político para inspirar os jovens a organizar marchas e concentrações contra o regime cubano, segundo a informação. A Casa Branca negou ontem que Alan Gross, contratista da USAID e preso em Cuba desde 2009 por "ações contra a integridade territorial do Estado", tivesse algo que ver com o desenvolvimento do ZunZuneo. O governo americano garante que Gross tentava simplesmente proporcionar acesso "sem censura" à internet para "uma pequena comunidade religiosa" judia na ilha e a Casa Branca voltou a pedir ontem sua libertação ao governo de Havana.
2010 foi o ano em que começou o programa de criar um Twitter cubano, bancado pelos EUA. Ele foi encerrado em 2012 e tinha o objetivo de animar os jovens a protestar contra o governo da ilha, numa "Primavera Cubana".
O governo dos Estados Unidos revelou ontem que a Agência de Ajuda ao Desenvolvimento (USAID) realizou até 2012, em Cuba, um projeto de rede social para aumentar o acesso dos cubanos à informação, mas negou que fosse algo clandestino.
"As sugestões de que se tratava de um programa encoberto não são corretas", esclareceu em sua entrevista coletiva diária o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Carney se referiu assim à informação publicada por uma agência de notícias americana em relação a esse projeto supostamente clandestino, denominado ZunZuneo e cujo objetivo era criar uma espécie de Twitter cubano, uma rede social de mensagens através do telefone celular para fomentar a dissidência entre os jovens da ilha.
Os EUA financiam programas diferentes "para ajudar a capacitar os cubanos a ter acesso a mais informação e fortalecer a sociedade civil", explicou Carney, acrescentando que o dinheiro investido no projeto mencionado "foi objeto de debate no Congresso".
O presidente Barack Obama e seu governo "apoiam os esforços para ajudar os cidadãos cubanos a se comunicar mais facilmente entre eles e com o mundo exterior", comentou Carney.
Segundo o porta-voz, o Escritório de Supervisão do Governo (GAO, na sigla em inglês) "revisou esse programa em detalhe em 2013 e confirmou que aconteceu em conformidade com a lei dos EUA e sob os controles de supervisão adequados".
Na execução de programas "em ambientes não permissivos" o governo toma medidas "para ser discreto" e isso não acontece "exclusivamente em Cuba", especificou Carney.
O porta-voz da Casa Branca indicou a USAID aos jornalistas para conhecer os detalhes do programa que funcionou de 2010 a 2012 com o objetivo de impulsionar os jovens cubanos à dissidência para gerar uma espécie de "Primavera Árabe" na ilha.
O planejamento do ZunZuneo começou em 2009 com a obtenção de meio milhão de números de telefones celulares de Cuba, e a USAID e seus contratistas ocultaram os vínculos de Washington com o projeto, com a criação de empresas de fachada em países como a Espanha e o uso de uma conta bancária nas Ilhas Cayman.
Opinião
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