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Destruição provocada pelo furacão Irene em Rodanthe, na Carolina do Norte, no domingo | Jose Luis Magana/Reuters
Destruição provocada pelo furacão Irene em Rodanthe, na Carolina do Norte, no domingo| Foto: Jose Luis Magana/Reuters

Lições do Katrina

Aposta na prevenção evitou tragédia maior

Nova York - As lições aprendidas na catástrofe causada pelo furacão Katrina em Nova Orleans, em 2005, e na tempestade de neve que paralisou Nova York no final de dezembro de 2010 fizeram as autoridades norte-americanas apostarem alto na prevenção dos estragos do furacão (depois tempestade tropical) Irene.

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que estava nas Ilhas Bermudas no dia 26 de dezembro, quando a cidade foi apanhada de surpresa por uma nevasca para a qual a administração municipal não se preparara, desta vez assumiu a liderança. Bloomberg apareceu na tevê em diversos pronunciamentos orientando os cidadãos, visitou unidades dos bombeiros e centros de desabrigados, mobilizou recursos e comandou a evacuação de áreas de risco onde vivem 370 mil pessoas.

Ontem, a cidade de Nova York começou a voltar ao normal, com o metrô retomando a atividade às 5h40. Alguns atrasos foram registrados no início da manhã, mas todas as 22 linhas voltaram a funcionar.

Os aeroportos JFK, LaGuardia e Newark reabriram para pouso às 6 h e, para decolagem, ao meio-dia, mas ainda havia muitos atrasos, já que cerca de 10 mil voos foram cancelados no fim de semana.

Os dois voos regulares da TAM saindo do JFK para o Rio e para São Paulo no domingo foram cancelados, mas a empresa programou quatro voos extras hoje. A United-Continental informou que voltaria a operar voos, de São Paulo a Nova York, ainda na noite de ontem. A American Airlines vai retomar hoje voos de Nova York para o Brasil, mas não informou quando retomará decolagens do Brasil para os EUA.

Agência O Globo

Nova York - Apesar de ter sido mais fraca do que o esperado, a passagem do fu­­racão Irene pela costa leste norte-americana matou ao me­­nos 38 pes­­soas. Ontem, cerca de 4 mi­­lhões continuavam sem luz e perdas precisavam ser contabilizadas.

O número de mortos, em dez estados, cresceu depois que corpos foram retirados de áreas inundadas. Grande parte da preocupação está relacionada aos Estados de Vermont e Nova Jersey. A maioria das mortes ocorreu por causa de quedas de árvores, acidentes de trânsito e inundações.

As estimativas dos prejuízos variam de US$ 2,6 bilhões (R$ 4,1 bilhões) a US$ 10 bilhões (R$ 16,1 bilhões). Autoridades federais ainda calculam as perdas – estradas, pontes e residências foram destruídas.

Em comparação, a passagem do furacão Katrina por Nova Or­­leans em 2005 provocou prejuízos superiores a US$ 70 bilhões (R$ 112,3 bilhões).

"Eu acho que o estrago é muito menos duro do que o temido e o im­­pacto econômico será, portanto, bem menor do que as pessoas previam", avaliou ao jornal Los Ange­­les Times Mark Zandi, economista-chefe da Moody’s Ana­­lytics.

O presidente norte-americano, Barack Obama, disse que as cifras poderiam ter sido muito maiores se não tivesse havido preparação e coordenação da Fema (agência federal de emergências) junto com outros funcionários de emergência.

"Esse esforço foi um exemplo de como um bom governo em to­­dos os níveis deve responder às necessidades das pessoas e trabalhar para mantê-las seguras e proteger e promover a prosperidade da nação", disse ele.

O furacão Irene passou por Ma­­nhattan, em Nova York, no domin­­­­go, mas reservou a pior de sua fú­­ria para cidades e subúrbios do nor­­deste dos EUA, onde fortes chuvas e enchentes inundaram ca­­sas e cortaram o fornecimento de energia para milhões de pessoas.

Vermont foi um dos mais atingidos e enfrenta as piores enchentes na região em quase 40 anos, alagando estradas e derrubando a energia.

O governador de Vermont, Pe­­ter Shumlin, disse que seu Estado estava em uma "situação difícil". O governador de Nova York, Andrew Cuomo, advertiu sobre a "tremenda cheia" na área das Montanhas Catskill, ao norte de Manhattan. Em New Jersey, o governador Chris Christie disse que rodovias estavam "intransitáveis" em algumas áreas, e em boa parte do Estado havia "cheias significativas". Enchentes localizadas ocorreram no sul e leste de Manhattan.

Ao chegar à costa leste, o Irene perdeu força e se transformou em tempestade tropical. Antes era classificado na categoria 1 (escala Saffir-Simpson de 1 a 5).

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