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A Rússia está mostrando sinais de retomada do seu passado autoritário e a invasão da Geórgia vai exigir que os EUA reavaliem a relação estratégica entre as superpotências, afirmou neste domingo (17) o Secretário de Defesa norte-americano Robert Gates.

As sombras da Guerra Fria surgem ao passo que a administração Bush luta por uma resposta apropriada para a agressão da Rússia contra seu vizinho menor, que Moscou comandou por mais de dois séculos antes da separação da União Soviética, em 1991. "Há uma preocupação real de que a Rússia esteja se voltando para o passado ao invés de para o futuro", diz Gates. "O fato é que trabalhamos pesado para trazê-los (os russos) para a comunidade das nações. Pensamos que eles estavam seguindo nessa direção", ele acrescentou. "Agora temos de reavaliar tudo isso"

O conflito na região teve início depois que a Geórgia lançou um ataque massivo em 7 de agosto, para tentar assumir o controle da província separatista da Ossétia do Sul. O exército russo rapidamente dominou as forças da Geórgia e deu início a uma incursão no país, levantando temores de uma ocupação russa de longo prazo. "Se a Rússia pensou que seria capaz de derrotar o estado da Geórgia, derrubando instituições democráticas, ela falhou", disse Rice. "O que eles fizeram ao invés disso, destruiu a reputação da Rússia como uma potencial - e gostaria de enfatizar - potencial parceira no sistema internacional".

Províncias separatistas

Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores da Rússia disse que a Georgia poderia "esquecer" de retomar as províncias separatistas da Ossétia do Sul e Abkházia, que simpatizam com Moscou. O presidente dos EUA George W. Bush disse ao longo do final de semana que as fronteiras da Geórgia precisam ser respeitadas.

Para Gates, "ninguém deveria tentar forçá-los a retomar um relacionamento total com a Geórgia". As negociações deveriam estabelecer seu status, diz ele, ao invés de um destino "imposto pela força militar russa"

A secretaria de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, se prepara para seguir para a Bélgica nessa semana, onde se reunirá com ministros do Exterior dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e membros da União Européia (UE) para demonstrar apoio a Geórgia. Atualmente, os EUA apóiam os esforços da Geórgia e de uma segunda ex-república soviética, a Ucrânia, para se juntar a Otan.

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