Blair chega ao Oriente Médio para 1.ª missão

Jerusalém – O ex-premier britânico Tony Blair chegou ontem ao Oriente Médio para fazer sua primeira visita como enviado especial do Quarteto – grupo diplomático que reúne EUA, União Européia, Rússia e Organização das Nações Unidas. Seu objetivo é dar novo fôlego às negociações de paz entre palestinos e israelenses. Durante a visita de dois dias, Blair deverá se reunir com o premier israelense, Ehud Olmert, e com o presidente palestino, Mahmoud Abbas.

O momento é de otimismo, já que Israel tem manifestado apoio a Abbas. Não obstante, o poder de Blair é bastante limitado, à medida que o ex-premier britânico não tem autonomia para negociar um acordo final de paz. Por conta disso, autoridades palestinas e israelenses reduziram suas expectativas com relação à visita.

Ontem, Blair teve reunião com a ministra israelense Tzipi Livni (Exterior). O porta-voz da ministra, Mark Regev, disse que Blair procurou ouvir mais do que falar. "Ele vai escutar a todos, mas não vem como um novato. Tem extenso conhecimento da região e dos problemas das duas partes. Está bem posicionado para ajudar no processo (de paz)", afirmou.

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Washington – O governo dos Estados Unidos espera que a reunião de hoje com o Irã em Bagdá leve a República Islâmica a mudar de comportamento no Iraque, apesar de o último encontro no final de maio não ter tido resultados concretos.

"Pode-se esperar que haja uma mudança na atitude do Irã", disse ontem o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack. "Não posso prever se veremos isto ou não. Está nas mãos dos iranianos."

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O porta-voz afirmou que os EUA aumentarão a pressão para que o Irã aja "de acordo com suas palavras na hora de buscar a estabilidade no Iraque".

Os EUA acusam o Irã de armar insurgentes sunitas no Iraque, assim como a milícias radicais xiitas, inclusive o chamado "Exército Mehdi", acusado pelos sunitas de ligação com o conflito sectário no país árabe.

O Irã, que tem especial influência sobre a maioria xiita no vizinho, responsabiliza as forças de ocupação americanas pela insegurança e pelo conflito sectário no país. Teerã exige que Washington anuncie um calendário para a retirada de tropas do território iraquiano.

A reunião de hoje entre o embaixadores no Iraque do Irã, Hassan Kazemi, e o dos EUA, Ryan Crocker, será a primeira rodada de negociações entre os dois países desde 28 de maio.

A reunião anterior foi um marco nas relações bilaterais, pois foi o primeiro contato direto entre os dois países desde o rompimento das relações diplomáticas, em 1980.

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O governo dos EUA acredita que a primeira reunião não levou o Irã a mudar a conduta no Iraque, apesar de considerar que as negociações devem continuar. "Não vimos mudança alguma na postura do Irã, mas achamos que serão necessárias uma ou mais reuniões para ver uma mudança potencial", afirmou McCormack.

Ele também disse que o encontro será limitado ao Iraque e que não se tocarão em outros temas como as ambições nucleares do Irã, a prisão de três acadêmicos irano-americanos em Teerã ou a medida contra um repórter de uma rádio que o impede de voltar aos EUA.

"Esta é uma oportunidade para negociar diretamente o compromisso sobre medidas relacionadas com o Iraque", asseverou McCormack.

Violência

Pelo menos 16 pessoas morreram ontem quando quatro carros-bomba estacionados em uma área predominantemente xiita de Bagdá explodiram, três deles em um intervalo de meia hora, informou a polícia local. As explosões foram as mais mortíferas em um dia de derramamento de sangue em todo o Iraque. Ao todo, pelo menos 59 pessoas morreram em episódios de violência registrados ontem em diferentes partes do Iraque.

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Duas das três explosões atingiram quase simultaneamente o bairro de Karradah. Além das 16 pessoas mortas nas explosões, pelo menos 17 ficaram feridas.