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A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, reconheceu nesta quarta-feira (29) sua "preocupação" pelos relatórios sobre avanços militares do Irã e do grupo libanês Hezbollah na América Latina, e garantiu que Washington responderá a qualquer ameaça que apresentem na região.

"Tomaremos ações apropriadas para resistir a qualquer ameaça que possa surgir das atividades do Irã e do Hezbollah no hemisfério", afirmou Hillary em uma audiência perante o Comitê de Relações Exteriores da Câmara de Representantes dos Estados Unidos.

A secretária de Estado se mostrou preocupada pelos informes que algumas organizações de tráfico de drogas na América Latina "estão vinculadas ao Hezbollah e ao Irã", mas ressaltou que os EUA "não encontraram informação que comprove muitas dessas acusações".

"Porém, certamente, o recente incidente relacionado com a tentativa de assassinato do embaixador saudita é uma chamada de atenção que cria uma dúvida muito grande", destacou.

Hillary Clinton se referia ao suposto complô descoberto em outubro para assassinar o embaixador da Arábia Saudita em Washington, Adel al Jubeir, que os EUA atribuíram ao Irã e que seria executado por um cartel do narcotráfico no México.

"Continuamos buscando laços diretos com o Irã e mantemos um contato muito intenso com nossos aliados no hemisfério, tanto para educá-los sobre os perigos que representam o Irã e o Hezbollah como para trabalhar com eles para melhorar nossa cooperação de inteligência", declarou.

A secretária de Estado lembrou que o governo de Barack Obama estendeu no ano passado as ações impostas em 2008 à Companhia Anônima Venezuelana de Indústrias Militares (CAVIM) "por violar uma proibição sobre o uso de toda tecnologia que pudesse ajudar o Irã no desenvolvimento de armas (nucleares)".

"Portanto, se encontramos informação que possamos verificar, estamos comprometidos a atuar", acrescentou Hillary.

"Mas o que estamos vendo, por outro lado, é que nossos aliados na América Latina estão entendendo de verdade os desafios, e isso nos encoraja", continuou.

Hillary deu como exemplos a assinatura por parte de Brasil, México, Chile e Argentina de uma resolução sobre o Irã na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e o voto desses três primeiros países para criar a figura de um relator especial da ONU sobre os direitos humanos na República Islâmica.

"Estamos vigiando esta situação de perto e estamos construindo uma coalizão internacional e hemisférica muito forte contra qualquer esforço do Irã e do Hezbollah em nossa área", ressaltou a secretária de Estado.

O testemunho de Hillary aconteceu em resposta às perguntas da congressista republicana Ileana Ros-Lehtinen, que mostrou sua preocupação com os informes que Teerã começou a enviar membros de suas forças de elite a suas embaixadas na América Latina.

Ileana também se referiu à viagem que o líder iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, fez em janeiro à Venezuela, à Nicarágua, à Cuba e aos Equador, e que a secretária de Estado definiu como "uma tentativa desesperada de buscar amigos".

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