Líderes cubanos, Miguel Díaz-Canel, que ocupa o cargo de presidente do país, e Raul Castro, presidente do Conselho de Estado de Ministros de Cuba| Foto: Irene Pérez/Cubadebate.
Ouça este conteúdo

Cuba passou a constar na lista dos países que não cooperam com os esforços de contraterrorismo dos Estados Unidos, informou o Departamento de Estado americano nesta quarta-feira (13). Junto com a ilha castrista estão Irã, Síria, Coreia do Norte e Venezuela. O ato proíbe que empresas dos EUA vendam ou licenciem artigos de defesa a esses países pelo período de um ano.

CARREGANDO :)

Cuba foi incluída na "lista negra" por ter se recusado a extraditar dez líderes do grupo terrorista colombiano ELN (Exército de Libertação Nacional) que vivem em Havana. O pedido de extradição foi feito pela Colômbia, aliada dos EUA, depois que o ELN assumiu a autoria de um atentado em Bogotá que matou 22 pessoas e feriu mais 60.

"Como os Estados Unidos mantêm uma parceria duradoura com a Colômbia e compartilham com a Colômbia o importante objetivo antiterrorista de combater organizações como o ELN, a recusa de Cuba em se envolver produtivamente com o governo colombiano demonstra que não está cooperando com o trabalho dos EUA para apoiar os esforços da Colômbia para garantir uma paz, segurança e oportunidade justas e duradouras para seu povo", informou o porta-voz do departamento americano.

Publicidade

Os Estados Unidos também alegam que Cuba abriga vários fugitivos dos EUA, procurados por acusações de violência política, muitos dos quais residem em Cuba há décadas. O departamento citou como exemplo o caso de Joanne Chesimard, condenada por executar o policial estadual de Nova Jersey Werner Foerster em 1973.

Os outros países da lista

Segundo os Estados Unidos, o Irã continua sendo o maior patrocinador estatal de terrorismo em todo o mundo. Apoia o Hezbollah, grupos terroristas palestinos e outros que atuam no Oriente Médio, como Kataib Hezbollah (KH), que está em constante conflito com as forças americanas no Iraque e na Síria. Além disso, no ano passado, os EUA passaram a reconhecer a Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, que compõe as defesas do regime teocrático, como um grupo terrorista.

Por motivos semelhantes, a Síria, comandada pelo ditador Bashar al-Assad, também aparece na lista. Segundo os EUA, o governo sírio dá apoio político e militar a grupos terroristas e permite a presença de milícias apoiadas pela Guarda Revolucionária do Irã em seu território. No decorrer de 2019, Assad fortaleceu o seu relacionamento com o Hezbollah, "à medida que o regime se tornou mais dependente de atores externos para combater oponentes e proteger áreas" de seu território.

Apesar da recente aproximação entre o presidente Donald Trump e o ditador norte-coreano Kim Jong-un, a relação entre os países está longe de ser amigável. Os EUA colocam a Coreia do Norte na lista porque o país asiático, desde 1970, abriga quatro japoneses que participaram do sequestro de um voo da Japan Airline. Também porque o governo japonês, aliado dos EUA, ainda busca uma resposta sobre o destino de 12 cidadãos japoneses que, acredita-se, foram sequestrados por entidades estatais da Coreia do Norte nas décadas de 1970 e 1980.

Quanto à Venezuela, o Departamento de Estado dos EUA alega que o ditador Nicolás Maduro e membros do "seu antigo regime" continuam a "fornecer ambientes permissivos para os terroristas da região manterem presença", citando como exemplo a presença do ELN e das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território venezuelano.

Publicidade

No fim de março, o Departamento de Justiça americano acusou Maduro e vários membros do regime de manter uma parceria de narcoterrorismo com as Farc nos últimos 20 anos. A recompensa para quem entregar informações que levem à captura de Maduro é de US$ 15 milhões.