Representantes dos EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha fecharam nesta terça-feira (15), em Genebra, o primeiro de dois dias de negociações com o Irã sobre seu programa nuclear| Foto: REUTERS / Fabrice Coffrini

O governo dos Estados Unidos tratou de diminuir as expectativas sobre as negociações nucleares com o Irã que terminam amanhã, quarta-feira (16), em Genebra, ao afirmar que não espera que resultem em um "grande avanço" apesar dos "sinais positivos" de Teerã.

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"Queremos deixar claro que, apesar dos sinais positivos que vimos, ninguém deveria esperar um grande avanço de hoje a amanhã. Estes são assuntos muito complicados, em alguns casos muito técnicos", disse em entrevista coletiva o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

No mesmo sentido, a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, disse: "ninguém esperava, nem esperamos, que estas conversas acabassem com um grande avanço".

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As potências do grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) fecharam nesta terça-feira (15) em Genebra o primeiro de dois dias de negociações com o Irã, cujo ministro das Relações Exteriores, Mohammed Yavad Zarif, apresentou uma nova proposta de seu país para aliviar as inquietações o desenvolvimento de seu programa nuclear suscita.

Segundo Psaki, a proposta foi formulada através de uma apresentação no PowerPoint; e as equipes técnicas dos dois lados passaram o dia de hoje debatendo ao respeito.

"Pela primeira vez, nossa equipe teve conversas técnicas muito detalhadas", assegurou Psaki.

A porta-voz prometeu fazer uma avaliação em profundidade amanhã, e lembrou que "os iranianos têm que traduzir suas palavras em ações essenciais e é disso que se trata a conversa agora". E disse que a representante dos Estados Unidos nas negociações, a subsecretária de Estado Wendy Sherman, está "aberta" a manter uma reunião bilateral com Zarif, mas não disse se tem planos de fazê-lo nesta quarta-feira.

Quanto às preocupações expressadas por Israel e Arábia Saudita sobre a aproximação dos EUA com o Irã, Psaki disse que o secretário de Estado, John Kerry, deixou claro a estes países que o governo tem "os olhos muito abertos" nas negociações e acredita que "não chegar a um acordo é melhor que chegar a um mau".

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No sábado, Kerry manteve uma conversa telefônica com o ministro das Relações Exteriores saudita, Saud al-Faisal, para explicar que se os EUA veem "que se abre uma porta diplomática" em sua negociação com o Irã, é sua "responsabilidade aproveitá-la", reforçou a porta-voz Psaki.

Grande parte da comunidade internacional, encabeçada por Estados Unidos e Israel, acusa o Irã de ocultar sob seu programa nuclear civil outro de natureza clandestina e ambições bélicas, o que o país sempre refutou.

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