O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste sábado que seu país “não será prisioneiro do passado” com Cuba nem com a região, ao mostrar-se convencido que, se continuar o diálogo bilateral entre seu governo e o de Raúl Castro, haverá progressos, apesar das “diferenças”.

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“Os Estados Unidos olham para o futuro”, ressaltou Obama em seu discurso na primeira sessão plenária da VII Cúpula das Américas.

Obama qualificou a cúpula - na qual estão presentes os 35 países do continente americano, inclusive Cuba, pela primeira vez na história - de “momento histórico” e disse que a aproximação entre EUA e Cuba marca um “ponto de inflexão” para toda a região.

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Raúl Castro critica EUA, mas poupa Obama e diz que Cuba quer dialogar

O presidente de Cuba, Raúl Castro, reafirmou neste sábado (11) que seu governo está disposto a continuar o processo de aproximação com os Estados Unidos, iniciado com o anúncio da retomada de relações diplomáticas entre os dois países, em dezembro.

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“A Guerra Fria já terminou”, disse Obama de forma taxativa. “Não estou interessado em disputas que francamente começaram antes que eu nascesse”, acrescentou, ao indicar que o que pretende é “resolver problemas” trabalhando e cooperando com toda a região.

O “giro” da política americana em relação a Cuba “aprofunda nosso compromisso” com toda a região, segundo Obama, que declarou que desde que chegou à Casa Branca em 2009 sua proposta foi a de manter uma relação de “parceria” e de igualdade com o continente.

Em seu discurso, Obama respondeu diretamente às acusações do presidente equatoriano, Rafael Correa, que minutos antes que ele denunciou na plenária que os EUA “continuam com intervenções ilegais” na América Latina, e que chegou a “hora para a segunda e definitiva independência” da região.

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Segundo Correa, o intervencionismo de Washington se revela com ações como a ordem executiva com a qual Obama declarou a situação na Venezuela uma “ameaça”, ou com o pedido de funcionários americanos perante o Congresso desse país de recursos para “defender a liberdade de expressão” em Cuba, Venezuela, Equador e Nicarágua.

Em resposta, Obama admitiu que no passado a política de direitos humanos dos EUA nem sempre foi acertada, mas que atualmente seu país não tem interesse em “imiscuir-se” quando denuncia determinadas situações que não considera justas, mas faz isso porque considera que é “o correto”.

“Não estamos preocupados com ideologias, pelo menos não eu”, ressaltou Obama. EFE