
Documentos mostram que a Administração de Repressão às Drogas (DEA) dos Estados Unidos tinha conhecimento de ao menos dois planos para ajudar na fuga do traficante Joaquín “El Chapo” Guzmán, líder de um cartel de drogas no México, da prisão de segurança máxima de Altiplano. “El Chapo” fugiu no último sábado, por um túnel de 1,5 quilômetro construído a partir de sua cela.
Documentos internos da DEA obtidos pela agência de notícias Associated Press revelam que agentes antidrogas tiveram informações sobre planos de fuga em março de 2014, um mês depois de Guzmán ter sido capturado em Mazatlan, no México.
Os documentos mostram que em março de 2014 agentes em Los Angeles relataram uma eventual operação de fuga financiada por outra organização de drogas que atua sob os comandos de Guzmán no Cartel de Sinaloa. O plano envolvia ameaças ou suborno às autoridades da prisão. Em julho deste ano, o inquérito revelou que o filho de Guzmán havia enviado advogados e um serviço de espionagem para elaborar um plano de fuga de “El Chapo”.
Julgamento nos EUA
A Casa Branca reiterou ontem seu interesse em julgar “El Chapo” nos Estados Unidos e garantiu que ajudará as autoridades mexicanas a recapturá-lo. O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, lembrou que quando “El Chapo” foi detido pela última vez, em fevereiro de 2014, o governo dos EUA “comunicou ao governo mexicano sua posição” de que o traficante “deveria enfrentar as acusações que tem nos Estados Unidos e que são graves”.
Segundo Earnest, no domingo a procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, telefonou para a procuradora-geral mexicana, Arely Gómez, para oferecer apoio dos EUA no caso.
“El Chapo” enfrenta acusações por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes em Illinois, Nova York, Flórida, Texas, Califórnia e Arizona. As autoridades de Chicago chegaram a considerar o mexicano como o “inimigo público nº1”, ainda mais perigoso do que o gângster Al Capone, que ganhou esse rótulo na década de 1930.



