EUA se preparam para cenário grave de pandemia aviária

Os Estados Unidos estão se preparando para um cenário grave de pandemia da gripe aviária, com projeções de 92 milhões de pessoas doentes, escolas fechadas e negócios suspensos, informou o secretário de Serviços Humanos e Saúde, Michael Leavitt, nesta segunda-feira. Ele contou que está agendando encontros em 50 estados em separado, com autoridades estaduais e locais para dar início às discussões sobre como a comunidade vai enfrentar a possível pandemia de H5N1.

- A realidade é a seguinte, e você a conhece, as pandemias acontecem - disse Leavitt, em um encontro com autoridades emergenciais e sanitárias do estado em Washington. - Quando se fala em pandemia, estamos atrasados e despreparados.

O vírus H5N1 que provoca a gripe aviária já infectou 130 pessoas em cinco países asiáticos e matou 69. Ele está se espalhando de maneira constante entre os animais domésticos, da China à Ucrânia, e especialistas acreditam que pássaros de todo o mundo serão afetados.

Os planos americanos prevêem um cenário de emergência, com um surto tendo início em uma pequena vila na Tailândia e rapidamente se espalhando pela Europa e pelos Estados Unidos.

- No fim de seis semanas, vamos ver casos de pandemia (nos Estados Unidos) que incluirão 722 mil pessoas - afirmou Leavitt.Em 16 semanas após o hipotético surto tailandês, 92 milhões de americanos estarão infectados com a gripe do H5N1.

O vírus apresenta atualmente um índice de mortalidade de 50%, mas ninguém sabe como ele vai mutar e como sua habilidade de ser transmitido será afetada, para causar a doença e para matar. Por enquanto, ainda é difícil ele ser contraído por humanos.

- O que não temos, e esperamos não ter nunca, é uma transmissão constante de humano para humano, como temos com a influenza sazonal - afirmou Julie Gerberding, diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), no encontro.Mas autoridades sanitárias federais disseram que as comunidades locais devem ser preparar imediatamente para o problema.

- Planejamento de emergência não dá certo se for realizado durante o desastre - disse o secretário de segurança nacional Michael Chertoff no encontro, citando as lições aprendidas devido à passagem do furacão Katrina, que devastou os estados do Golfo do México em agosto e setembro. - Quanto mais cedo começarmos a planejar, melhor estaremos.

Leavitt afirmou que os governadores devem comparecer aos encontros em 120 dias.