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O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anuncia a saída do país do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário | CHIP SOMODEVILLA/AFP
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anuncia a saída do país do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário| Foto: CHIP SOMODEVILLA/AFP

O governo dos Estados Unidos anunciou oficialmente a suspensão do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) com a Rússia, se retirando de um acordo fundamental que ajudou a colocar um fim na Guerra Fria. Em outubro de 2018, o presidente dos EUA, Donald Trump, já havia sinalizado sua intenção em acabar com o pacto.

O INF, assinado em 1987, ajuda a proteger a segurança dos EUA e seus aliados na Europa e no Extremo Oriente. Ele proíbe os Estados Unidos e a Rússia de possuírem, produzirem ou testarem mísseis de cruzeiro lançados no solo com um alcance entre 500 quilômetros e 5.500 quilômetros.

A partir de agora, dá-se início a uma contagem regressiva de seis meses para a retirada final dos EUA, o que deixa uma pequena chance de que a Rússia possa acabar com seus programas de mísseis amplamente vistos como uma violação e, assim, salvar o tratado. 

Nesta sexta-feira (1), o secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou que “as violações da Rússia colocam milhões de europeus e americanos em maior risco”, e acrescentou que “é nosso dever responder apropriadamente”.

"Os Estados Unidos aderiram plenamente ao Tratado INF por mais de 30 anos, mas não continuaremos limitados por seus termos, enquanto a Rússia deturpa suas ações", disse Trump. “Não podemos ser o único país do mundo unilateralmente vinculado por este tratado ou qualquer outro. Continuaremos desenvolvendo nossas próprias opções de resposta militar e trabalharemos com a Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e nossos outros aliados e parceiros para negar à Rússia qualquer vantagem militar de sua conduta ilegal”. 

Leia também: Gorbachev e Schultz: “Abandonar o tratado INF ameaça nossa própria existência”

Reações

No início desta sexta-feira, o Kremlin havia dito que esperava uma notificação oficial da retirada dos EUA dentro de alguns dias. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres que a Rússia recebe a notícia "com muito pesar". Segundo a agência de notícias Associated Press, Peskov disse que Washington "não está disposto a manter conversações substanciais" com Moscou para salvar o tratado. 

Especialistas em controle de armas disseram que sem o tratado, os Estados Unidos podem se mover para posicionar sistemas de mísseis na Europa, enquanto a Rússia poderia usar a oportunidade para basear sistemas de mísseis em outros lugares.

Em um comunicado, a Otan informou que em dezembro de 2018, após quase seis anos de conversas com a Rússia, os Aliados haviam declarado que a “Rússia desenvolveu e colocou em prática um sistema de mísseis, o 9M729, o qual viola o Tratado INF e representa riscos significativos para a segurança euro-atlântica”.

“Os aliados apoiaram fortemente a constatação dos Estados Unidos de que a Rússia está em violação material de suas obrigações sob o Tratado INF e conclamou a Rússia a retornar com urgência a um cumprimento total e verificável”, diz a Otan, acrescentando que os países-membros lamentam que a Rússia continue a negar a violação do Tratado INF e se recuse a fornecer qualquer resposta confiável ou a dar sinais para “retornar ao cumprimento total e verificável”.

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