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Investigadores americanos planejam trabalhar com uma comissão iraquiana para ampliar o inquérito sobre abuso de prisioneiros, vasculhando todos os centros de detenção geridos pelo Iraque em todo o país, informaram autoridades americanas nesta quinta-feira.

O anúncio surgiu em claro contraste com os comentários feitos mais cedo pelo ministro do Interior do Iraque, Bayan Jabr, que disse serem exagerados os relatos de tortura e abuso numa prisão secreta do Centro de Bagdá.

Jabr disse que sete de 169 prisioneiros encontrados pelos militares americanos numa operação no domingo à noite haviam sido torturados. Mas ele afirmou que o Ministério do Interior segue padrões de respeito aos direitos humanos e que os oficiais responsáveis seriam punidos. Ele acrescentou que, na prisão, mantinham-se iraquianos e árabes estrangeiros suspeitos de ajudar a insurgência.

- Houve muito exagero quanto a esse assunto - disse o ministro. - Não permitiria que qualquer oficial batesse em qualquer detento.

Um porta-voz da embaixada americana, Jim Bullock, disse a repórteres mais tarde que o gabinete do primeiro-ministro iraquiano havia concordado com uma ampliação do inquérito para um nível nacional e que funcionários do Departamento de Justiça e do FBI (a polícia federal americana) dariam assistência técnica aos iraquianos.

Ele também divulgou um comunicado da embaixada, condenando fortemente ocorrências de tortura. Os americanos - ainda se recuperando das revelações, no ano passado, de abusos de detentos na prisão de Abu Ghraib, no Iraque - parecem estar usando a oportunidade para passar a limpo sua imagem manchada.

"Abuso de detentos não é e não será tolerado, parta do governo iraquiano ou das forças multinacionais no Iraque", disse a embaixada.

Na quarta-feira, enquanto investigadores iraquianos começavam a vasculhar a prisão secreta gerida pela polícia na capital, líderes árabes sunitas furiosamente denunciavam o governo liderado pelos xiitas, dizendo que apoiava a tortura de detentos sunitas naquele lugar e pedindo um inquérito internacional.

A descoberta da prisão numa operação militar americana no domingo galvanizou a ira árabe sunita e ampliou o sectarismo no país, a um mês de eleições para um governo que terá quatro anos de mandato.

O general americano responsável pela segurança de Bagdá, major general William G. Webster Jr., da 3ª Divisão de Infantaria, disse na quarta-feira que oficiais americanos iriam ajudar a examinar cuidadosamente evidências apreendidas na prisão e que suas tropas estavam preparadas para investigar outras queixas sobre detenções secretas realizadas pelas forças de segurança do Iraque.

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