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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Parlamento francês restringe reagrupamento familiar

Paris – Após semanas de controvérsia, e sem entusiasmo, o Parlamento francês deu ontem o sinal verde definitivo ao projeto de lei de "controle da imigração", que impõe novas restrições ao reencontro familiar e que permite o extremamente polêmico uso de testes genéticos para provar a filiação materna. O texto, elaborado por uma comissão das duas câmaras do Parlamento, foi aprovado com 282 votos a favor e 235 contra. É revelador que quatro deputados do partido conservador União por um Movimento Popular (UMP) – do qual o presidente francês, Nicolas Sarkozy, faz parte – tenham votado contra, e outros 21 tenham se abstido. É a votação mais apertada para a UMP em anos. Horas depois, o Senado aprovou novamente o texto com 185 votos a favor e 136 contra.

Os adversários do uso de teste de DNA põem suas últimas esperanças no Conselho Constitucional, ao qual socialistas, comunistas e membros do Partido Verde anunciaram que vão recorrer.

Bruxelas – A Comissão Européia, o órgão Executivo da UE, apresentou ontem uma proposta unificada de medidas para atrair imigrantes qualificados aos 27 países do bloco. O projeto, chamado de "blue card’’ – cartão azul, em alusão ao "green card’’ dos EUA – visa não só facilitar o acesso de imigrantes a emprego e moradia na União Européia como a benefícios garantidos aos cidadãos locais.

Tendo sido estudadas e preparadas pela Comissão de Migração e Justiça da UE, sob o comando de Franco Frattini, as concessões e exigências sintetizadas no cartão têm como objetivo suprir uma defasagem nos países da UE de trabalhadores em setores de tecnologia e engenharia, entre outros que exigem qualificação específica.

Devido à alta expectativa de vida da população do bloco, estima-se que, até 2050, cerca de 25 milhões de europeus vão se aposentar. Como conseqüência, e considerando-se as baixas taxas de natalidade dos países da UE, projeta-se uma defasagem de 20 milhões de trabalhadores qualificados nesses setores nos próximos 20 anos, a qual pode afetar o crescimento econômico da região.

Segundo Frattini, imigrantes altamente qualificados são 0,9% da força de trabalho na União Européia, contra 9,9% na Austrália e 3,5% nos EUA.

Idealizado para rivalizar com o green card na atração de imigrantes, o blue card tem de ser aprovado pelos 27 Estados-membros da UE para ser implementado.

A fim de o requisitar, o pretendente precisa de um contrato de trabalho de um ano em algum país da UE, sendo que seu salário deve ser ao menos o triplo do mínimo vigente. Mas seu empregador deve provar que a vaga não pode ser preenchida por um cidadão do bloco.

Diferentemente do equivalente americano, o cartão europeu vale apenas por dois anos, mas também pode ser renovado.

A residência permanente só é concedida após cinco anos da posse do blue card, e quem o obtiver terá facilidade no financiamento de moradia ou aluguel subsidiados, conforme a legislação do país em que se fixar. O cartão dá ainda a seu detentor e à sua família o direito não só de trabalhar e morar na UE, mas de viajar e migrar para outros países da comunidade.

Mas a proposta não é unanimidade. A Alemanha manifestou suas reservas sobre o blue card. O país, como a Holanda e o Reino Unido, já haviam implantado programas próprios para atrair imigrantes de diferentes qualificações.

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