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Brasília – O presidente da Bolívia, Evo Morales, deixou o Brasil ontem com um pacote adicional de benesses do governo brasileiro, além do aumento dos pagamentos pelo gás natural e das promessas de novos investimentos no setor. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que pretende acelerar o processo de adesão plena da Bolívia ao Mercosul, a exemplo do que foi feito no caso da Venezuela.

Também prometeu que vai pleitear junto aos demais sócios do bloco a aplicação de tarifa zero de importação para a parcela de produtos bolivianos que não foi coberta pelo acordo de livre comércio firmado entre a Bolívia e o Mercosul, em 1996.

Morales recebeu ainda a promessa de uma nova ajuda em dinheiro do Brasil, em março – de valor não informado. Além disso, voltou a La Paz com sete acordos de cooperação, o compromisso de construção de uma ponte sobre o Rio Mamoré, para a ligação das cidades Guajará-Mirim (RO) e Guayaramerín, e a promessa de colaboração nos estudos técnicos para a criação de uma malha rodoviária que ligará La Paz ao Norte do país.

Outro projeto de infra-estrutura prometido pelo Brasil foi a construção de usina hidrelétrica binacional no Rio Madeira, na fronteira entre os dois países. A rigor, essa foi uma maneira de o governo brasileiro esquivar-se dos protestos da Bolívia contra a construção de duas usinas no mesmo rio, as de Jirau e de Santo Antônio, que juntas terão capacidade de geração de 6.000 megawatts e integram o Programa de Aceleração da Economia (PAC). O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, advertiu que esse projeto ainda dependerá dos resultados de estudos ambientais.

Entre os sete acordos estão a cooperação para o combate à febre aftosa na Bolívia, onde surgiram focos da doença nas últimas semanas que podem se alastrar para os rebanhos do Mato Grosso do Sul.

Cocaína

O comunicado conjunto da visita oficial ao Brasil de Evo Morales, líder cocaleiro eleito presidente no final de 2005, traz um parágrafo inusitado sobre o controle do narcotráfico. O texto foi incluído devido à preocupação crescente das autoridades brasileiras com o ingresso de cocaína proveniente da Bolívia – cerca de 90% da droga que circula no mercado nacional.

Morales e Lula determinaram que a Comissão Mista Antidrogas Brasil-Bolívia se reúna o mais rapidamente possível para tratar da cooperação na prevenção e do combate ao narcotráfico.

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