Morales foi denunciado ao Ministério Público por parlamentar peruano por supostamente estimular a separação de regiões do país vizinho| Foto: EFE/Jorge Ábrego
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O ex-presidente da Bolívia Evo Morales foi denunciado ao Ministério Público do Peru pelo congressista peruano Jorge Montoya nesta quinta-feira (5), por supostamente cometer crimes contra a segurança nacional e traição à pátria, sob a forma de “ataques contra a integridade nacional”.

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Montoya, representante do partido conservador Renovação Popular e ex-comandante das forças armadas, relatou na sua conta do Twitter que “denunciou criminalmente” Morales ao gabinete da procuradora-geral do Peru, Patricia Benavides.

O congressista incluiu na sua acusação o ex-governador da região de Puno Germán Alejo Apaza e o ex-governador da região de Junín Vladimir Cerrón, secretário-geral do partido marxista Peru Livre.

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Almirante aposentado da marinha peruana que foi chefe das forças armadas, Montoya também acusa Apaza de cometer crime de usurpação de poder, por supostamente ter promovido a presença de Morales em Puno.

Além disso, foi acusado de ter “facilitado” uma ordem regional em 2019 para que Puno pudesse estabelecer “políticas de integração” com povos nativos de outros países.

Cerrón é acusado pelas suas publicações no Twitter, uma delas na qual diz que “vamos nos federalizar na Assembleia Constituinte ou o caminho para a secessão do país está aberto”.

Antes de apresentar a denúncia, Montoya disse aos jornalistas que “qualquer pessoa que ataque a soberania nacional deve ser sancionada e retirada do país ou colocada atrás das grades”.

Cerrón respondeu no Twitter que há uma “perseguição paranoica” por parte dos adversários, que querem “intimidá-lo”, mas escreveu que “o povo vai ganhar”.

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“Ao querer proibir Evo Morales de entrar no país, a direita fascista ainda não aprendeu que as ideias não deixam de ser ou de existir devido a proibições, normas, decretos etc. Pelo contrário, elas se tornam mais expectantes”, analisou.

Evo Morales manteve uma presença ativa no Peru, sobretudo nas regiões do sul do país, durante o governo de Pedro Castillo (2021-2022) com o objetivo de fomentar a integração de regiões como Puno ao projeto Runasur, a plataforma internacional de movimentos sociais e indígenas que promove.

O ex-governante tem estado muito ativo nas redes sociais com opiniões sobre a crise no Peru e mensagens em defesa de Castillo, desde que o agora ex-presidente peruano foi destituído pelo Congresso, após uma tentativa de golpe de Estado em 7 de dezembro.

A presidente peruana, Dina Boluarte, que substituiu Castillo pela sucessão constitucional, anunciou na quarta-feira que analisa com a autoridade de imigração “a situação de entrada” de Morales em seu país, pois ele não pode “intervir em questões internas”.

“No Peru, temos o direito de tecer a nossa própria história. Ninguém, pessoas de fora do território nacional, deveria vir e querer intervir para tecer a nossa história”, argumentou.

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Em novembro de 2021, o Comitê de Relações Exteriores do Congresso declarou Morales persona non grata “pelo seu ativismo político negativo no Peru e pela sua óbvia interferência e ingerência na agenda do governo” de Castillo.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]