Evo Morales durante a votação do referendo que decidirá se ele pode ou não concorrer a um novo mandato| Foto: STR/AFP

O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse estar preparado para uma derrota no referendo sobre a reforma constitucional que permitiria a ele disputar um quarto mandato. Esta declaração foi feita em uma entrevista concedida na Espanha, antes da realização da consulta.

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Indagado pelo jornalista do El País sobre se ficaria decepcionado com uma derrota, Molares respondeu: “Não, estou preparado. Com semelhante recorde, vou embora feliz para minha casa. Adoraria ser um dirigente esportivo”, afirmou o presidente, que se encontra no poder desde 2005 e busca poder se candidatar a um quarto mandado (2020-2025).

Defendendo seus êxitos econômicos, Morales assegurou que se continuar sendo presidente foi porque a sociedade pediu. “Convoquei um Gabinete Social há oito meses e os argumentos que me deram é que este processo não pode parar e que os neoliberais não podem voltar”, explicou.

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Morales considera, em referência à Venezuela, que “para manter a ideologia, é preciso garantir a comida”. “Quanto não se garante o alimento, a maioria pouco se importa com a questão ideológica. Eu disse muitas vezes ao Chávez: ‘Muda de economia, não pode continuar subvencionando tudo. Mas Lula dizia para continuar investindo mais. Que não falte água, luz, o básico”, explicou.

Mesmo que os governos mudem da esquerda para a direita, como aconteceu na Argentina, todos “os movimentos sociais na América Latina são anti-imperialistas por princípio. E enquanto houver império, a luta continuará”.

Quanto à retomada das relações entre Cuba e Estados Unidos impulsionada por Barack Obama, Morales duvida que Washington vá levantar o embargo econômico, mas saudou os passos importantes do processo. “Sempre achei que um negro e um índio trabalhariam bem”, conclui.

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