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Desde 2017, Heather Nauert é porta-voz do Departamento de Estado dos EUA | MANDEL NGAN/AFP
Desde 2017, Heather Nauert é porta-voz do Departamento de Estado dos EUA| Foto: MANDEL NGAN/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja nomear a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, como o próxima embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU), de acordo com dois altos funcionários do governo. O objetivo do presidente é tentar levar adiante sua agenda "American First".

Se confirmada pelo Senado, a nomeação elevaria uma novata na política externa aos altos escalões da diplomacia americana em um momento em que a administração Trump aumenta a pressão contra o Irã e exige que os aliados assumam mais responsabilidade por sua própria segurança. 

Nauert ingressou no Departamento de Estado no ano passado depois de uma carreira como âncora e correspondente da Fox News, sem experiência em governo. Ela substituiria Nikki Haley, que foi eleita duas vezes governadora da Carolina do Sul, mas carecia de experiência em política externa. 

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Em seu novo papel, Nauert seria responsável por manter o apoio internacional às sanções econômicas contra a Coreia do Norte e continuar com o forte apoio do governo Trump a Israel, em face do crescente escrutínio da ONU. 

Carreira 

Ex-repórter da ABC, Nauert entrou para a Fox em 1996, originalmente como correspondente e depois como um dos apresentadores do programa matinal "Fox and Friends". Trump é um dos maiores fãs do programa, e muitas vezes encontra inspiração nos comentários dos anfitriões como tópicos para seus tuítes matutinos. 

Nauert, que deixou a Fox em abril de 2017, ganhou a reputação de defensora ferrenha do presidente, mesmo durante o período turbulento do primeiro secretário de Estado de Trump, Rex Tillerson. 

Ela e o homem do petróleo do Texas (ele foi CEO da companhia ExxonMobil) nunca estabeleceram uma relação de trabalho próxima. Ela não o acompanhou em viagens ao exterior nem participou de suas reuniões com dignitários estrangeiros, e os assessores confidenciaram que era em grande parte porque ele a considerava uma partidária da Casa Branca com laços particularmente próximos com Jared Kushner e Ivanka Trump. 

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O primeiro ano de Nauert no trabalho foi frustrante, e ela começou a ter um papel mais relevante só depois que Trump demitiu Tillerson. Ela marcou seu primeiro aniversário no cargo durante sua primeira viagem ao exterior acompanhando o secretário de Estado em exercício, John Sullivan, à Toronto. Logo depois, Mike Pompeo foi confirmado para o cargo. 

Sob Pompeo, cuja visão da política externa se alinha mais com a de Trump do que a de Tillerson, Nauert se tornou parte do círculo interno. Eles se encontravam regularmente e ela costumava viajar com Pompeo ao exterior. Ele elevou-a à subsecretária de Estado para a diplomacia pública e assuntos públicos, um trabalho que era de Steve Goldstein, que foi demitido junto com Tillerson. 

Nauert não pôde ser contatado para comentar. 

Críticas 

Críticos da administração foram rápidos em atacar sua indicação ao dizer que administração estava valorizando a lealdade em detrimento da experiência. 

"Nikki Haley não tinha experiência em política externa, mas ela administrava um estado", disse Brett Bruen, ex-funcionário do Departamento de Estado. "O desempenho de Nauert como subsecretária de Estado em exercício foi notável por sua falta de realizações ou mesmo atenção ao trabalho. Isto não apresenta um caso convincente, nem gera confiança no Senado de que ela está pronta para um cargo tão alto". 

Um alto funcionário do governo, que falou sob condição de anonimato para discutir as decisões de pessoal, disse que Nauert seria "uma destacada defensora do povo americano na ONU". 

"Ela é trabalhadora, é inteligente e nunca desiste de avançar uma agenda que funcione para os Estados Unidos", disse a autoridade. 

Nauert é o mais recente caso de um funcionário da Fox News que foi elevado a um cargo de administração sênior da Trump. Isso já tinha ocorrido com a contratação do executivo da Fox News, Bill Shine, como um dos principais consultores de comunicação. O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton, também trabalhou como colaborador da Fox News. 

Quando Haley anunciou seus planos de renunciar, no início de outubro, Trump elogiou suas realizações. 

"Ela fez um trabalho fantástico e fizemos um trabalho fantástico juntos", disse ele durante uma reunião com Haley no Salão Oval. "Ela é uma pessoa fantástica, muito importante, mas ela também é alguém que entende". 

"Foi uma bênção entrar na ONU diariamente com armadura e defender a América", respondeu Haley. "E sempre farei isso; nunca deixarei de lutar pelo nosso país. Mas vou lhe dizer que acho que está na hora [de sair]".

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