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A Justiça local da Argentina tem iniciado investigações por conta própria sobre a relação de funcionários da gestão anterior com a empreiteira brasileira | YASUYOSHI CHIBA/AFP
A Justiça local da Argentina tem iniciado investigações por conta própria sobre a relação de funcionários da gestão anterior com a empreiteira brasileira| Foto: YASUYOSHI CHIBA/AFP

O juiz federal Daniel Rafecas indiciou nesta terça-feira (3) o ex-ministro do Planejamento do período kirchnerista (2003-2015) Julio de Vido e o ex-secretário de Energia Daniel Cameron por "supostas manobras para favorecer a construtora Odebrecht na licitação de contratos para a ampliação de gasodutos".  

De Vido, homem-chave na condução das obras públicas na Argentina durante as gestões de Néstor e Cristina Kirchner, já se encontra preso, mas por outra razão. Ele responde a um processo relacionado a um possível desvio de verbas para a construção de um projeto de mineração. 

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Como na Argentina a legislação ainda não permite que as denúncias por delação premiada feitas no Brasil sejam validadas no país vizinho, a Justiça local tem iniciado investigações por conta própria sobre a relação de funcionários da gestão anterior com a empreiteira brasileira.  

De Vido se diz inocente e afirma que há perseguição política. "Macri tenta a todo custo me vincular com a Odebrecht", declarou.  

Seus advogados vêm tentando sua liberação há semanas sob a alegação de que sofre de diabetes e que seu estado estaria se deteriorando na prisão.  

O caso pelo qual é acusado agora envolve intercâmbios de favores para assegurar que a Odebrecht vencesse o concurso para a ampliação dos gasodutos, um projeto de US$ 2,3 bilhões (R$ 7,6 bilhões).  

Segundo a empreiteira brasileira declarou ao ministério da Justiça dos EUA, na Argentina foram pagos US$ 35 milhões (R$ 116 milhões) em caixa 2 e propinas.  

Até agora, o único atual funcionário do governo que passou por um processo foi o chefe de inteligência, Gustavo Arribas, acusado de receber US$ 850 mil (R$ 2,8 milhões), na época em que vivia em São Paulo e trabalhava com compra e venda de jogadores de futebol. Arribas, amigo e homem de confiança de Macri, negou as acusações e foi absolvido desta causa.  

Segundo Rafecas, De Vido e os outros indiciados "realizaram uma série de atos com intenção de favorecer a construtora Norberto Odebrecht para que esta recebesse a licitação para os contratos de construção da obra denominada 'ampliação dos gasodutos TGS e TGN', nos anos entre 2006 e 2008".  

O juiz acrescentou que teria havido uma "possível decisão direcionada por parte das autoridades de distintos organismos públicos para que a Odebrecht fosse beneficiada com a concessão da ampliação dos gasodutos."

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