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O ex-primeiro ministro francês Raymond Barre, que ajudou a Europa a adotar uma moeda única, morreu no sábado aos 83 anos de idade.

Barre saiu da obscuridade do trabalho tecnocrata e surgiu na linha de frente da política quando foi escolhido pelo presidente Valery Giscard d'Estaing para ser o primeiro-ministro, em agosto de 1976. Giscard disse na época que Barre era o "melhor economista da França".

Barre assumiu o cargo de Jacques Chirac e ficou no cargo até a vitória dos socialistas com Francois Miterrand, em 1981.

Sua associação com Giscard vinha dos anos 1960, quando Barre, como Comissário Europeu encarregado de assuntos econômicos e financeiros, fez a primeira proposta de uma cooperação monetária do continente, adotada por líderes em 1969.

"Sem dúvida foi uma das primeiras pessoas neste período a pedir uma coordenação de políticas econômicas e monetárias da Europa", disse o ex-presidente da Comissão Européia Jacques Delors à rádio France Info.

"Seu relato teve um grande impacto na época e foi de certa maneira o prelúdio do estabelecimento de um sistema monetário europeu que precedeu a criação do euro", disse Delors.

Durante o mandato de Barre como primeiro-ministro e ministro das Finanças, a França e a Alemanha retomaram a idéia da união monetária, lançando o mecanismo cambial europeu.

Mas ele não foi popular em casa, já que o país sofria os efeitos do primeiro choque do preço do petróleo. Ele colocou em prática um duro plano contra a inflação e cortou milhares de empregos em indústrias deficitárias, como aço e carvão.

Depois que deixou o cargo, Barre defendeu suas ações e ganhou reputação de obstinado e arrogante entre os críticos.

"Os franceses devem entender que minhas políticas foram certas. Não cabe a mim mudar", disse Barre.

Ele esteve doente por algum tempo e foi internado em abril para ser tratado de problemas cardíacos.

"O senhor Raymond Barre morreu nesta noite, 25 de agosto no hospital Val-de-Grace", disse a família em comunicado.

Barre nasceu nas Ilhas Reunião, francesas, no Oceano Índico, em 12 de abril de 1934, em uma família católica romana.

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