Jerusalém O ex-primeiro-ministro israelense Ehud Barak venceu ontem a eleição interna para líder do Partido Trabalhista. Ele venceu o ex-chefe do Shin Bet (serviço de inteligência nacional) Ami Ayalon, por uma margem de votos estreita, entre 1% e 4%, segundo pesquisas de três emissoras de tevê israelenses. Os 103 mil votos ainda estavam sendo contado no fim da noite de ontem, mas membros das equipes dos dois candidatos confirmaram a vitória do ex-premier. O resultado oficial deve ser divulgado hoje.
Barak e Ayalon se pronunciaram publicamente pela retirada do partido da coalizão de Ehud Olmert, caso o premier insista em se manter no poder, após as críticas do relatório de uma comissão governamental de investigação à sua gestão da guerra de 2006 contra o Hezbollah, no Líbano.
Sem o apoio dos 19 trabalhistas eleitos, Olmert ficaria em minoria no Parlamento (120 assentos) e seria obrigado a renunciar, direcionar seu gabinete para a direita, ou optar por eleições antecipadas. A legislatura atual vai até 2010.
De qualquer maneira, os dois candidatos já deram a entender que podem continuar no governo, sobretudo para evitar eleições antecipadas que levariam à vitória de Benjamin Netanyahu, chefe do Likud (de direita), como apontam as pesquisas.
Para o secretário-geral Eitan Cabel, a permanência (ou não) do partido na coalizão será decidida apenas com a publicação, prevista para agosto, do relatório final da comissão de investigação sobre as falhas da guerra no Líbano. "Tomaremos uma decisão nesse momento", declarou.