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Poderoso no passado como militar e presidente do Paquistão, Pervez Musharraf deixou nesta quinta-feira (18) um tribunal em Islamabad às pressas, depois de o juiz ordenar sua prisão. O ex-presidente é acusado de ter cometido traição em 2007 e esperava que a corte estabelecesse uma fiança para o seu caso.

A TV paquistanesa mostrou Musharraf deixando rapidamente a Alta Corte de Islamabad num carro utilitário preto, enquanto vários advogados corriam atrás de seu carro. A cena seria impensável nos anos em que permaneceu no poder e joga um balde de água fria sobre suas esperanças de reviver a carreira política.

O ex-presidente se refugiou em uma fazenda nos arredores de Islamabad. A polícia estabeleceu um cordão de isolamento no local, mas não está claro se cumprirá a ordem de prisão nas próximas horas. Seus advogados vão recorrer à Suprema Corte.

"Vamos entrar com um recurso amanhã (sexta-feira, 19)", informou Mohammad Amjad, porta-voz do ex-presidente.

Musharraf tomou o poder em um golpe em 1999, renunciando em 2008. Ele retornou ao Paquistão no mês passado, após quatro anos vivendo em Londres e Dubai, apesar as ameaças do Talibã contra sua vida e de vários processos. Sua esperança era disputar as eleições de 11 de maio.

Suas relações não são as melhores com o Judiciário: em 2007, colocou vários juízes sob prisão domiciliar, enquanto advogados entravam em confronto com a polícia nas ruas, durante o estado de emergência. Opositores alegam que os atos violavam a Constituição. Musharraf é acusado ainda de não fornecer segurança adequada à ex-premier Benazir Bhutto, assassinada no final de 2007, e de ter relação com o assassinato de um líder separatista no Baluquistão. O ex-presidente nega todas as acusações.

Os juízes agora pressionam a polícia, exigindo saber como ele conseguiu deixar o tribunal sem ser detido.

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