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O ex-presidente iraniano Akbar Hashemi Rafsanjani (ao centro) registra sua candidatura à próxima eleição presidencial do Irã em 14 de junho, em Teerã, no Irã | EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH
O ex-presidente iraniano Akbar Hashemi Rafsanjani (ao centro) registra sua candidatura à próxima eleição presidencial do Irã em 14 de junho, em Teerã, no Irã| Foto: EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH

O ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani entrou na corrida eleitoral iraniana neste sábado, enquanto uma enxurrada de fortes candidatos corria para cumprir o prazo de inscrição para a eleição mais imprevisível em décadas.

A mídia iraniana informou que Rafsanjani, considerado moderado, inscreveu-se para a eleição de 14 de junho, a apenas alguns minutos do fim do prazo de inscrição. Sua candidatura muda radicalmente o que até então era visto como uma disputa entre grupos conservadores rivais.

O ex-presidente pode acabar com as esperanças dos "Principlistas" - termo usado no Irã para se referir aos vários círculos e partidos conservadores - leais ao Líder Supremo, Aiatolá Ali Khamenei, que estão tentando garantir uma transição rápida e indolor e remediar as profundas divisões entre os rivais.

Espera-se que Rafsanjani, de 78 anos, que foi presidente de 1989 a 1997, receba algum apoio dos reformistas, porque ele apoiou o movimento de oposição cujos protestos foram esmagados depois da última e controversa eleição, disputada em 2009.

A eleição acontece em um momento crítico, quando o Irã sofre com as sanções internacionais devido ao seu controverso programa nuclear e enfrenta a ameaça de um ataque de Israel.

Mais de 400 candidatos se apresentaram como potenciais sucessores do presidente Mahmoud Ahmadinejad.

Pouco antes do anúncio da candidatura de Rafsanjani, Saeed Jalili, um conservador linha-dura, político muito próximo de Khamenei se inscreveu como candidato.

Logo depois, a agência de notícias ISNA, informou o registro da candidatura de Esfandiar Rahim Mashaie, um assistente de Ahmadinejad, visto com grande desconfiança pelos conservadores. O grupo de Khamenei vê Mashaie como o líder de uma "corrente dissidente" que busca deixar de lado a influência clerical em favor de uma doutrina mais nacionalista.

A eleição presidencial é a primeira desde a controversa reeleição de Ahmadinejad em 2009, quando os protestos do "Movimento Verde" irromperam, depois da derrota dos candidatos reformistas Mirhossein Mousavi e Mehdi Karoubi. Dezenas de pessoas morreram na pior agitação desde a revolução de 1979.

Com a economia do Irã sofrendo devido às sanções internacionais, por causa da controvérsia nuclear, o resultado da eleição de 14 de junho vai mostrar o grau de controle de Khamenei na cúpula do poder da República Islâmica.

Vai mostrar se ele sente a necessidade de se aproximar da oposição e se os reformistas conseguirão reaparecer. Os defensores de maiores liberdades políticas e sociais foram reprimidos ou marginalizados: Mousavi, sua esposa e Karoubi estão em prisão domiciliar há mais de dois anos.

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