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Bagdá (Reuters) – Um estudante iraquiano que afirma ter ficado detido em um bunker do Ministério do Interior relatou ontem que foi pendurado, de olhos vendados, em posições dolorosíssimas e chamado de "cão sunita" pelos xiitas responsáveis pelos interrogatórios. "Eles me vendavam e amarravam minhas mãos para trás, depois me penduravam no teto. Parecia que meus ombros e meus braços iam se soltar do corpo", disse o estudante, que pediu para ser identificado apenas por suas iniciais, MI. "Outras vezes tínhamos de ficar de pé sem nos mexer por dez horas, senão enfrentávamos mais tortura", completou ele, em declarações que não puderam ser confirmadas por outras fontes.

M.I., que é sunita, disse ter sido preso no fim de agosto, por forças do Ministério do Interior que o buscaram em sua casa, sem acusação formal. Um irmão e um primo também teriam sido detidos. "Cerca de 40 minutos depois eu estava numa sala de um bunker", disse o estudante de direito, que tem 22 anos. Os investigadores pediram informações sobre insurgentes sunitas que atuassem em seu bairro, mas MI diz que não tinha nada para contar. "Não conhecia ninguém. Eles me penduraram pelas mãos em um gancho no teto e me chicotearam com cabos de metal. Chamavam-nos de ladrões e de amigos de Saddam Hussein. Primeiro me puseram numa cela pequena, onde havia roupas ensangüentadas de outro prisioneiro. Depois, fiquei numa sala com cerca de 100 outros", acrescentou o estudante, segundo o qual cada prisioneiro do bunker recebia meio pedaço de pão por dia.

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