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Forças militares e da polícia israelense entraram nesta quinta-feira em sinagogas dos assentamentos judaicos de Neveh Dekalim e Kfar Darom, na Faixa de Gaza, a fim de retirar colonos entrincheirados nos templos, nos momentos mais dramáticos da operação de desocupação de colônias da região.

Em Neveh Dekalim, o maior assentamento judaico da Faixa de Gaza, centenas de ultranacionalistas religiosos formam um grande cordão humano na entrada da sala de estudos da principal sinagoga da colônia, dificultado o trabalho do Exército e da polícia. Deitados do chão, de braços dados, cantando hinos e gritando "judeus não devem expulsar judeus", eles resistem à ação dos agentes desarmados. Em toda a sinagoga estariam cerca de 2.000 pessoas, as últimas a resistirem à desocupação.

Antes de entrarem na sinagoga, as forças de segurança espalharam areia na entrada do templo, na qual os opositores haviam espalhado óleo para impedir a passagem dos agentes e dos militares.

Em Kfar Darom, autoridades advertiram que a cobertura da sinagoga pode ceder já que há pelo menos 300 militantes do movimento ultra-radical, conhecidos por suas roupas na cor laranja, sobre ele, afirmando que pretendem resistir ao despejo.

- Não seremos retirados da Terra de Israel - gritava um homem barbado com um xale de preces e acorrentado a um corrimão.

InsubordinaçãoAs tropas também arrastaram à um soldado que ser recusava a participar da operação em Kfar Darom e que estava dificultando o esvaziamento da sinagoga - a primeira insubordinação desde o início da retirada forçada dos assentamentos.

As forças militares se dispõem a usar uma espécie de gaiola para retirá-los do teto. Essas gaiolas vão com oito soldados para capturar os rebeldes e pode alojar até dez destes.

Entre os primeiros a serem retirados nesta manhã havia uma veterana do mais velho assentamento de Gaza, Shela Shorshan, que perdeu seu marido e uma filha em dois ataques palestinos. Depois, saíram dezenas de moças do movimento opositor dos alaranjados, que estavam no instituto religioso.

Os alaranjados, que residem em distintos pontos da Cisjordânia e de Israel, infiltraram-se nos assentamentos para impedir o despejo dos residentes.

Também foram retiradas 72 pessoas da empresa Alei Katif, e a polícia deteve um ativista suspeito de romper os vidros de um ônibus. No cruzamento fronteiriço de Kissufim outro alaranjado suspeito de querer incendiar um ônibus foi detido.

Ameaça A situação é bastante tensa também no assentamento de Kfar Yam, onde o líder extremista de direita Aryeh Yitzhaki ameaçou nesta quinta-feira atirar contra soldados que tentarem retirá-lo à força de sua casa, informou o jornal "Haaretz". A residência de Yitzhaki, nas qual estão também entrincheirados 40 outros colonos (incluindo mulheres e crianças), está cercada por cerca de 500 soldados e um reforço está sendo esperado para as próximas horas.

Yitzhaki afirmou ao Canal 2, de Israel, que o telhado de sua casa está repleto de bombas e que o seu grupo vai atirar apenas se os militares o fizerem.

Na varanda da residência transformada em fortaleza e portando um rifle M-16, o líder da resistência anunciou em um megafone que sangue seria derramado se as forças de segurança entrassem em sua casa.

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