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Protesto

Sírios saem às ruas em várias cidades contra o governo de Assad

Dezenas de milhares de sírios protestaram ontem em todo o país convocados pela oposição. Dois manifestantes foram mortos em Aleppo (norte) e na região de Damasco, enquanto uma criança foi morta a tiros enquanto policiais tentavam dispersar os manifestantes em Deir Ezzor (leste), afirmou Abdel Rahman, presidente do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Três membros das forças de segurança e um desertor também morreram ontem em episódios de violência em todo o país, segundo a mesma fonte.

Em Hama (centro), recente palco de fortes bombardeios, e em suas imediações, grandes concentrações foram organizadas, em particular perto dos bairros atacados pelo Exército, apesar da presença de observadores da ONU.

Em Homs (centro), onde começou a revolta no país, centenas de manifestantes participaram de uma manifestação no bairro de Al-Waer.

Um atentado deixou ao menos 11 mortos ontem em Damasco, no momento em que manifestantes se reuniam em todo o país atendendo à convocação de militantes hostis ao regime do presidente Bashar Assad. Segundo a rede de tevê oficial, 28 pessoas ficaram feridas.

O atentado, ocorrido em frente da mesquita Zein al-Abidin, ocorreu "quando os fiéis saíam da mesquita". As imagens transmitidas mostravam o local da explosão, debaixo de uma ponte onde as pessoas corriam gritando e do qual saía fumaça.

Pouco antes, uma explosão atingiu a zona industrial de Damasco, perto da companhia nacional de transportes, sem deixar vítimas, segundo a entidade opositora Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Os ataques ocorreram no momento em que uma primeira equipe de observadores da ONU está mobilizada na Síria para supervisionar um cessar-fogo, que entrou em vigor no dia 12 de abril, de acordo com o plano elaborado pelo emissário internacional Kofi Annan, mas que foi constantemente violado desde então.

Outros atentados suicidas já atingiram o centro de Damasco em dezembro de 2011 e janeiro de 2012, praticados nos bairros de Midan e de Kafar Soussé.

As autoridades responsabilizaram "grupos terroristas armados" pelos atentados, enquanto a oposição acusou o regime.

Anistia

Em um comunicado, a Anistia Internacional denunciou "a tendência recente ao aumento da violência, que explodiu logo após o início da visita dos observadores da ONU" e indicou um registro de pelo menos 362 mortos desde o começo de sua missão, no dia 16 de abril.

O secretário-geral da ONU, ­­Ban Ki-moon, nomeou o­­ general Robert Mood para a chefia da missão. Esse norueguês de 54 anos, que estava a caminho de Damasco ontem, já negociou a mobilização dos 30 primeiros observadores. Dentro de um mês, ele já deverá liderar outros 100 membros da missão, dos 300 previstos.

Segundo uma estimativa da ONU, a violência e a repressão obrigaram mais de 65 mil sírios a fugirem de seu país, sendo a grande maioria para a Turquia e para o Líbano.

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