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O bispo católico que causou uma polêmica internacional ao negar a extensão do Holocausto chegou à sua terra natal, a Grã-Bretanha, depois de ter sido expulso pelo governo da Argentina, onde morava.

Richard Williamson surgiu, em meio a outros passageiros, em um terminal comum, uma hora depois que seu voo, vindo de Buenos Aires, pousou no aeroporto de Heathrow.

Cercado por um grupo de policiais armados e seguranças particulares, Williamson se recusou a responder as perguntas dos repórteres antes de ser retirado do aeroporto e colocado em um carro preto, que o esperava.

Ultraconservador, Williamson liderava um seminário perto de Buenos Aires até o começo deste mês. Ele disse acreditar que não morreram mais do que 300 mil judeus nos campos de concentrações nazistas. O número amplamente aceito é de 6 milhões de judeus mortos.

Na semana passada, o governo argentino deu dez dias ao bispo para deixar o país ou ser expulso, citando irregularidades na sua solicitação de imigração e condenando seus comentários sobre o Holocausto, chamando-os de "profundamente ofensivos à sociedade argentina, ao povo judeu e à humanidade".

A Argentina é lar de uma das maiores comunidades judias fora de Israel.

O ministro do Interior da Grã-Bretanha não quis comentar o caso. Negar o Holocausto não é um crime específico na Grã-Bretanha.

O papa Bento 16 irritou líderes judeus e muitos católicos no mês passado, ao suspender a excomunhão de Williamson e três outros tradicionalistas, a fim de solucionar um cisma de 20 anos dentro da Igreja, iniciado em 1988, quando eles foram ordenados sem a permissão do Vaticano.

O Vaticano exigiu que Williamson retirasse o que disse, mas o bispo respondeu que precisa de mais tempo para rever as provas da existência do Holocausto.

Organizações judias e a chanceler alemã, Angela Merkel, criticaram o papa pela suspensão da excomunhão de Williamson, que pertence à Sociedade de São Pio X.

A negação do Holocausto é um crime na Alemanha, e os promotores da cidade de Regensburg estão investigando Williamson pelos comentários.

Sites e blogs neonazistas publicaram textos apoiando a posição de Williamson.

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