Novos recrutas são vistos durante treinamento militar para se tornar parte do Exército Síria Livre em al-Ghouta| Foto: REUTERS/Yousef Hom

Um grupo de facções rebeldes sírias publicou um anúncio em vídeo na internet rejeitando a autoridade da oposição apoiada pelo Ocidente e pedindo que a insurgência contra o ditador Bashar al-Assad seja organizada em torno de princípios islâmicos.

CARREGANDO :)

Tais grupos militantes, de início ausentes das manifestações pacíficas que deram início às revoltas na Síria, em março de 2011, têm ganhado terreno e poder de fogo durante o conflito civil no país.Entre ao menos 13 facções que participam do anúncio estão a Jabhat al-Nusra, ligada à Al Qaeda, e a Brigada Tawhid, que afirmam agora que a oposição síria no exterior "não nos representa e não será reconhecida por nós".

A mensagem citava especificamente a Coalizão Nacional Síria.Neste mês, grupos islâmicos tomaram uma cidade na fronteira com a Turquia, até então em mãos da oposição mais moderada do Exército Livre da Síria. "[As facções] pedem que todas as forças militares e civis se unam em torno de princípios islâmicos baseados na lei islâmica, que deve ser a única fonte para a legislação", diz o anúncio oficial veiculado na internet.A reportagem confirmou com um dos líderes da Brigada Tawhid que a mensagem divulgada é de fato autêntica.

Publicidade

Vocação

O crescimento da vocação fundamentalista da oposição na Síria tem preocupado as potências internacionais, que há tempos vêm hesitando em fornecer auxílio militar à insurgência, citando justamente o temor de que os armamentos sejam usados no futuro por mãos extremistas.

O conflito civil na Síria já deixou mais de 100 mil mortos, de acordo com as estimativas das Nações Unidas. O embate foi intensificado nos últimos meses, incluindo um ataque químico realizado nos entornos de Damasco, com mais de 1.400 vítimas.

Enquanto os EUA culpam o regime do ditador Bashar al-Assad pelo uso de agentes químicos, a Rússia aponta a autoria de grupos rebeldes.

Os inspetores enviados pela ONU para averiguar o uso de arsenal químico voltaram hoje à Síria. Testemunhas afirmam ter visto cinco veículos das Nações Unidas transportando ao menos oito membros do time, hospedado em um hotel de Damasco.Na semana passada, os especialistas haviam confirmado o uso de gás sarin. O relatório, porém, não deixa clara a autoria do crime.

Publicidade
Veja também
  • Potências fecham acordo para armas químicas sírias, dizem diplomatas
  • Obama pede apoio a "duras medidas" se Síria não cumprir acordo de armas
  • EUA e Rússia avançam em acordo sobre desarmamento da Síria
  • Sírios terão visto humanitário para entrar no Brasil
  • Obama defende resolução que preveja punição a Assad
  • Ban Ki-moon diz que vitória militar na Síria é "ilusão"
  • Mais de 2 milhões de crianças sírias correm risco de desnutrição, diz ONG