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O foguete Zenit-2SB rocket, que levou a cápsula Phobos-Grunt ao espaço | AFP Photo
O foguete Zenit-2SB rocket, que levou a cápsula Phobos-Grunt ao espaço| Foto: AFP Photo

A primeira nave interplanetária lançada pela Rússia em mais de duas décadas desviou-se da rota nesta quarta-feira (9), logo depois do lançamento, e corre o risco de não chegar a Phobos, uma das duas luas de Marte. Vladimir Popovkin, chefe da agência espacial russa, disse que um motor da nave Phobos-Grunt, que custou 163 milhões de dólares, deixou de funcionar ao entrar na órbita terrestre. Agora, os técnicos terão apenas três dias para corrigir a rota, antes que a bateria da nave acabe. "O motor não disparou, nem a primeira nem a segunda queima ocorreram. Isso significa que a nave foi incapaz de encontrar sua localização pelas estrelas", disse Popovkin à TV estatal russa no cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. O objetivo da missão é trazer para a Terra uma amostra do solo - "grunt" em russo - de Phobos, reiterando o papel central da Rússia na exploração espacial. Caso os técnicos não consigam acertar a rota, a nave não-tripulada pode se somar às várias toneladas de lixo espacial que já orbitam a Terra. Seria também um duro golpe moral para o programa espacial russo, afetado por restrições orçamentárias e por uma fuga de talentos depois do colapso soviético, em 1991, e que ainda neste ano sofreu uma série de humilhantes contratempos.

Esperança "Dizem que há esperança de reprogramá-la, aparentemente é um problema com a programação, mas há pouquíssimo tempo", declarou à Reuters o cientista-chefe da missão, Alexander Zakharov, do Instituto de Pesquisas Espaciais. "Eu lamento. É muito triste que tenha sido assim, mas é uma consequência da nossa falta de pessoal após um intervalo tão grande (...). muitos jovens trabalharam nisso. Há uma falta de experiência, estamos trabalhando quase a partir do zero." A sonda decolou à 0h16 (18h16 de terça-feira em Brasília), a bordo de um foguete Zenit-2SB, segundo a agência espacial Roskosmos. A viagem até Phobos, ida e volta, deve durar três anos.

Desde a década de 1960, no auge das incursões soviéticas ao espaço, os cientistas russos sonham em explorar Phobos, um objeto em formato de batata, com apenas 22 quilômetros de diâmetro. Duas missões anteriores, lançadas em 1988, fracassaram - uma delas "sumiu" a poucos metros da superfície. Em 1996, outra nave russa não-tripulada com destino a Marte se estilhaçou na atmosfera após um lançamento desastrado. "Sempre demos muito azar com Marte", disse Zakharov.

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