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Técnico controla compressor de gás em Huenxe, na Alemanha, que teme falta de gás | Ina Fassbender/Reuters
Técnico controla compressor de gás em Huenxe, na Alemanha, que teme falta de gás| Foto: Ina Fassbender/Reuters

Kiev - O fluxo nos dutos ucranianos que levam gás russo para a Europa parou totalmente ontem, intensificando a crise de abastecimento provocada pelas disputas entre Kiev e Moscou. A falta de gás, crucial para a indústria e o aquecimento de edifícios, levou a paralisações em várias fábricas do leste europeu. Os cortes atingem 16 países, 11 deles da União Europeia.

Na Bulgária, escolas foram fechadas e 45 mil casas ficaram sem aquecimento central, a temperaturas abaixo de 0oC. Eslováquia e Romênia estão sob estado de emergência. Sem fornecedores alternativos e com estoques baixos, o Leste Europeu foi o mais atingido pela crise, que atinge o continente em um dos invernos mais frios das últimas décadas.

"A Rússia deixou a Europa sem gás. O trânsito (nos gasodutos ucranianos) é zero’’, disse a estatal Naftogaz. A Gazprom diz que os cortes são uma reação ao desvio, por Kiev, de gás destinado à Europa desde a suspensão das exportações para o país, em 1º de janeiro, em meio a impasse comercial.

Inicialmente relutante em intervir, a UE elevou ontem o tom das cobranças e enviou observadores para monitorarem o envio de gás. Pelos dutos ucranianos passam 80% das exportações russas para o bloco.

O premiê tcheco, Mirek Topolanek, disse já não considerar a disputa "questão meramente comercial’’ e cobrou a normalização do abastecimento até ontem. A Gazprom e a ucraniana Naftogaz são empresas estatais e "o que quer que façam sofre influência política’’, disse Topolanek, cujo país ocupa a presidência rotativa da União Europeia.

As negociações entre as estatais fracassaram no final do ano passado, em meio ao impasse sobre o valor a ser pago pelo gás em 2009, a taxa de transporte e dívidas contestadas por Kiev.

A Naftogaz pagava em 2008 a tarifa preferencial de US$ 179,50 por mil metros cúbicos de gás, contra US$ 500 cobrados na Europa, e rejeitou a proposta elevar o valor para US$ 250. A companhia exigiu também aumento na taxa de transporte, provocando ultraje da Gazprom, que aumentou o preço do gás para para US$ 418. Diante de nova recusa, exige agora US$ 450.

A estatal ucraniana também retirou sua oferta máxima, de US$ 235. Rivais unidos pela animosidade contra Moscou, o presidente ucraniano, Viktor Yushchenko, e a premier Yulia Tymoshenko exigem tarifa de US$ 201. Os subsídios ao gás ucraniano passaram a ser questionados pelo Kremlin após a ruptura política com Kiev, que levou a aumentos nas taxas de transporte.

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