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A família do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto pela polícia britânica em 2005, quer que os policiais envolvidos no caso sejam julgados.

Morte de Jean Charles poderia ter sido evitada, admite defensora britânica

Tribunal europeu iniciou ontem audiências sobre o caso do brasileiro, morto em Londres em 2005 após ser confundido com um terrorista

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“Por 10 anos a família vem lutando por justiça para Jean, porque acreditamos que os policiais têm que ser julgados pela morte dele”, disse Patrícia Armani da Silva, prima de Jean Charles, em comunicado. “A morte de Jean é uma dor que nunca vai embora.”

O eletricista mineiro de 27 anos morreu ao ser atingido por sete tiros dentro do metrô de Londres em 22 de julho de 2005. A cidade ainda se recuperava dos atentados ao sistema de transporte público de 7 de julho de 2005, que deixaram 56 mortos, incluindo quatro terroristas, e mais de 700 feridos. No dia 21, uma nova tentativa de ataque foi abortada. No dia seguinte, policiais confundiram Jean com Hussein Osman, um dos quatro terroristas que planejaram o ataque frustrado.

Nascido em Gonzaga (MG), Jean Charles vivia havia três anos na capital britânica. Ele trabalhava como eletricista e atendia a um chamado naquela manhã. Jean foi seguido pelos policiais de casa até o ponto de ônibus e o metrô.

A morte de um inocente ganhou repercussão internacional. A polícia alegou estar sob forte pressão, em busca dos quatro suspeitos de terrorismo, e que os agentes temiam que o brasileiro fosse um homem-bomba.

“Por esta razão decidiram que deveriam matá-lo da maneira mais rápida possível”, justificou ontem, durante sessão do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, a defensora britânica Clare Montgomery. A polícia achou que o brasileiro poderia esconder explosivos sob a jaqueta, mas não encontrou nenhuma arma com ele.

Em 2007, a Scotland Yard foi considerada culpada por falhas no caso e multada em US$ 270 mil. Em 2008, uma investigação terminou com um “veredicto em aberto”, sem que o júri conseguisse determinar se os policiais agiram em legítima defesa. No Brasil, o drama chegou às telas de cinema em 2009, com Selton Mello no papel do brasileiro.

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