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Parentes dos quatro reféns assassinados atribuíram no sábado (26) tanto às Farc como ao Governo a responsabilidade das mortes de seus parentes, que não puderam recuperar a liberdade depois de mais de 12 anos de sequestro.

"Tanto o Governo como as Farc são uns assassinos", sentenciou em declarações à Agência Efe a irmã do falecido major de Polícia Elkin Hernández Rivas, detido desde o dia 13 de outubro de 1998.

Lembrou que ao Governo "sempre se pediu que não fizesse um resgate militar porque sabiam o custo de um resgate militar".

O ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, admitiu que o fuzilamento dos quatro sequestrados aconteceu no marco de uma operação militar contra uma estrutura das Farc que os tinha em seu poder, em uma região rural do departamento de Caquetá.

De todo modo, a irmã do policial falecido também rotulou de "desumanos" os guerrilheiros homicidas por "assassiná-los como o fizeram".

Entre os mortos estava o refém que mais tempo passou cativo na guerrilha, José Líbio Martínez, sequestrado no dia 21 de dezembro de 1997.

Os demais eram integrantes da Polícia Nacional: o coronel Edgar Yesid Duarte e o major Elkin Hernández Rivas, que foram feitos cativos em 13 de outubro de 1998, e o intendente-chefe Álvaro Moreno, sequestrado junto com Erazo em 9 de dezembro de 1999, os quatro em Caquetá.

O pai de Duarte, Darío Duarte, disse à edição eletrônica do jornal "El Tiempo" que "é uma política de Governo ter oficiais para que as Farc os assassinem. O Exército é o culpado".

A esposa do cabo Martínez, Claudia Tulcán, centrou sua reprovação nesse mesmo jornal contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), das quais exigiu "terminar esta guerra absurda", falando de seu filho, Johan, que sofreu "este flagelo desde seu nascimento".

Alguns dos parentes que participavam da Caravana pela Liberdade, um percurso em moto de cerca de 7.000 quilômetros pela geografia colombiana, organizada pelo jornalista colombiano Herbin Hoyos, tiveram que deixar a cidade de Popayán (Cauca, sudoeste) e fretaram um avião para viajar a Bogotá.

A casa da família do major Hernández recebeu visitas de membros da Polícia Nacional que foram dar pêsames, assim como integrantes da Associação Colombiana de Parentes de Membros da Polícia Retidos e Libertados por Grupos Guerrilheiros (Asfamipaz), confirmou à Efe sua presidente, Marleny Orjuela.

Ali acenderam velas para lembrar os militares mortos, enquanto as outras famílias, segundo Marleny, foram para o Clube de Agentes da Polícia de Bogotá.

A eles se somarão em sinal de solidariedade os parentes do quinto companheiro de cativeiro dos quatro falecidos, o sargento de Polícia Luis Alberto Erazo Maya, que conseguiu fugir dos sequestradores.

Hoyos anunciou que apesar desta triste notícia a Caravana pela Liberdade vai continuar seu caminho e convocou uma marcha contra o sequestro.

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