Funcionário da companhia de limpeza passa desinfetantes em basílica de Roma, Itália, 15 de maio de 2020| Foto: Filippo MONTEFORTE / AFP
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A biofarmacêutica americana Sorrento Therapeutics divulgou nesta sexta-feira (15), em comunicado, um estudo preliminar que descreve a ação de um anticorpo que teria "100% de inibição da infecção do vírus SARS-Cov-2 em células saudáveis" in vitro.

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O anticorpo foi testado in vitro, ou seja, em culturas de células em laboratório, e não foi testado em seres humanos. Os resultados ainda não foram submetidos ao processo de avaliação por pares, para que a descoberta seja confirmada, e portanto ainda não foram publicados em um periódico científico.

Segundo o comunicado, a empresa tem investigado bilhões de anticorpos humanos, colecionados por eles em décadas, e identificou anticorpos que podem ser bons candidatos para um produto que funcione como um "escudo protetor" contra infecções pelo novo coronavírus. Anticorpos são células imunológicas que neutralizam patógenos.

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Eles descobriram que dezenas desses anticorpos demonstraram a capacidade de impedir que as proteínas do vírus se liguem à enzima humana ACE2, que é o receptor normalmente usado pelo vírus para entrar em células humanas.

Entre os anticorpos que demonstraram capacidade de neutralizar o vírus, a empresa destaca o STI-1499, que teria bloqueado a entrada do vírus nas células, "neutralizando completamente a infectividade do vírus em uma dose muito baixa de anticorpos". A atividade observada torna esse anticorpo um bom candidato para mais testes.

O objetivo da biofarmacêutica é criar um coquetel de anticorpos. O STI-1499 também pode ser usado em uma terapia isolada "por causa da alta potência que demonstrou em experimentos até o momento", diz o comunicado.

Embora os resultados dos testes em placas de vidro sejam promissores, ainda é cedo para a farmacêutica poder dizer se o anticorpo impediria a infecção pelo novo coronavírus no corpo humano, e quais seriam os seus potenciais efeitos. Várias outras instituições de pesquisa pelo mundo também têm explorado o uso de anticorpos para combater o vírus que causa a Covid-19.

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É preciso ver com cautela anúncios sobre novos tratamentos ou vacinas. Os testes clínicos, os procedimentos de análise e testes de um potencial tratamento como esse por órgãos de saúde levam meses. Além disso, provavelmente nenhum tratamento sozinho será uma "bala de prata" contra o coronavírus, dizem especialistas.

Experimentos com a transfusão de plasma de pacientes que se recuperaram de Covid-19, e que portanto conteria anticorpos contra o vírus, para pacientes que estão passando pela doença também têm sido conduzidos por diversas equipes.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]