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Bolívia (Das agências internacionais) – O líder cocaleiro Evo Morales, candidato à Presidência da Bolívia, garante que se for eleito, como indicam as pesquisas, pretende lutar pelo controle de refinarias atualmente administradas pela estatal brasileira Petrobrás. O candidato a vice na chapa de Morales, Alvaro García Linera, afirmou que a idéia é comprar de volta as refinarias com condições especiais, que seriam negociadas com a empresa brasileira. A Petrobrás opera uma refinaria em Cochabamba e outra em Santa Cruz de la Sierra. Juntas elas processam em média 40 mil barris de petróleo e líquido de gás natural por dia.

A Petrobrás investiu cerca de US$ 1,5 bilhão na Bolívia nos últimos dez anos e, por meio do gasoduto que liga os dois países, o Brasil importa da Bolívia 24 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Evo Morales fez as declarações na quarta-feira à noite, em Santa Cruz de la Sierra, a poucos dias das eleições gerais, marcadas para domingo.

Por determinação do tribunal eleitoral, a campanha foi encerra ontem. O MAS (Movimento ao Socialismo), partido de Morales, fez o último comício ontem à noite, em Cochabamba.

Divisão

Segundo uma pesquisa divulgada na quarta-feira pelo instituto Ipsos-Captura, Morales lidera a disputa pela presidência com 34,2% das intenções de voto. Seu principal adversário, o ex-presidente Jorge Quiroga, tem 29,2%. O milionário Samuel Dória Medina está com 9%.

A legislação boliviana prevê que, se nenhum dos oito candidatos conseguir 50% e mais um dos votos válidos, o Congresso é quem vai escolher o presidente entre os dois mais votados.

Líder na pesquisa, Evo Morales é também o candidato com o maior índice de rejeição: 28,8%, segundo o Ipsos-Captura.

As províncias de Santa Cruz, La Paz e Cochabamba reúnem, juntas, mais de 70% dos 3,6 milhões de eleitores aptos a votar no domingo. Morales está na frente em La Paz e Cochabamba, mas Quiroga lidera em Santa Cruz, seu reduto eleitoral.

Se vencer, Morales, que surgiu no cenário boliviano como representante dos plantadores de coca, será o primeiro indígena a vencer as eleições presidenciais na Bolívia, um país marcado por décadas de exclusão étnica.

No esforço para reduzir a vantagem de Quiroga em Santa Cruz, Morales afirmou que sua campanha não representa apenas o movimento campesino, mas também todos os setores de trabalhadores. "Essa luta é pela segunda independência do nosso país", disse Evo Morales. "Fomos outra vez submetidos aos saqueadores dos nossos recursos naturais, e agora chegou a hora de nos liberarmos definitivamente".

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