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Havana – Muitos cubanos ficaram irritados com as celebrações de seus compatriotas em Miami, que comemoraram nas ruas da cidade a notícia sobre a enfermidade do presidente Fidel Castro.

"Isso mostra o tipo de coração" dos exilados, afirmou María Antonia Figueroa, de 88 anos, nascida em Santiago e admiradora de longa data de Fidel.

"Era de se esperar este tipo de reação de quem vive nos Estados Unidos e não sente nada pelo nosso país", disse, por sua vez, Oralis Delgado, uma dona de casa havanesa.

No geral, os cubanos se orgulham de seu espírito de compaixão. As próprias autoridades locais, incluindo Fidel, soam cuidadosas e até piedosas ao reagir à doença ou à morte de líderes estrangeiros adversários ou exilados cubanos. As celebrações nas ruas de Miami foram consideradas por muitos na ilha comunista como uma expressão de vingança violenta por parte de seus compatriotas no estrangeiro.

No âmbito governamental, também houve mal-estar e o programa Mesa Redonda, transmitido diariamente pela televisão estatal, mostrou as imagens das festividades nos EUA. "É um chamado ao sangue. É um motivo a mais para nos mantermos firmes", disse Rogelio Polanco, diretor do jornal Juventud Rebelde e um dos participantes do programa veiculado anteontem.

O jornalista e deputado Lázaro Barredo, que também participou do Mesa Redonda, questionou-se: "O que podemos esperar da dignidade humana dessas pessoas (de Miami)... Dão o desejo (pela morte de Fidel) por realidade".

Segundo a imprensa dos Estados Unidos, as manifestações em Miami de grupos anticastristas foram se arrefecendo à medida em que a situação em Cuba parecia normal e não havia novas notícias sobre a saúde de Fidel. Os cubanos não teriam festejado a doença de Fidel, mas seu afastamento do poder.

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