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Foz do Iguaçu – Após uma angustiante espera, finalmente o comerciante libanês Ali Hani, 28 anos, pôde conhecer seu mais novo filho: Hani Ali Izeineddini, de apenas nove dias. O bebê nasceu em Sarafand, a 70 quilômetros de Beirute, em plena guerra que assola o Líbano. A mãe da criança, a brasileira Cristiane Silva Oliveira, 27 anos, chegou por volta das 18h20 de ontem no Aeroporto de Foz do Iguaçu com Hani e a filha Duni Izeineddini, de 3 anos.

Emocionado, logo que a família chegou, Hani pegou o filho no colo e o beijou. "Ele é como eu imaginava, igual a um anjinho", diz. Desde o começo da guerra, o comerciante recorria ao telefone e às imagens da televisão para sentir-se mais próximo da família.

Cristiane viajou ao Líbano há dois meses para passar férias e conhecer a família do marido. A viagem de volta, marcada para o dia 15 de ju nho foi interrompida pelo início da guerra, dois dias antes. Após ter arriscado a vida para conseguir chegar a um hospital e fazer o parto, a brasileira diz que está aliviada. "Foi difícil e triste ver as pessoas sofrendo", diz.

Cristiane conta que temia não conseguir encontrar um hospital para fazer o parto. Mas, acompanhada da família do marido, ela saiu de Safa, região sul, até chegar a cidade de Sarafand, onde deu à luz o menino. Na semana passada, a casa da família em Safa, que estava sendo construída com dinheiro economizado nos últimos oito anos, foi destruída durante um bombardeio israelense. "Se tivesse ficado em Safa, não conseguiria chegar a um hospital."

Depois de Hani nascer, dia 31 de julho, Cristiane ficou abrigada na casa do embaixador do Brasil no Líbano, em Beirute. De lá, ela seguiu de carro até a Síria e foi levada até a Turquia, de onde embarcou no vôo da Força Aérea Brasileira (FAB) com destino ao Brasil. Em meio a tamanha correria e tensão, os pais ainda não conseguiram registrar Hani, que será considerado cidadão brasileiro.

Além da mulher de Hani, outras famílias de libaneses desembarcaram no final da tarde de ontem no Aeroporto de Foz do Iguaçu, cujo saguão ficou repleto de famílias árabes. Alguns aplaudiram os parentes assim que eles pisaram em solo brasileiro.

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