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Kim Jong-Un (à direita) faz a sua primeira aparição pública ao lado do pai no desfile militar deste fim de semana | Kyodo / Reuters
Kim Jong-Un (à direita) faz a sua primeira aparição pública ao lado do pai no desfile militar deste fim de semana| Foto: Kyodo / Reuters

Ameaça

Desertor norte-coreano morre aos 87 anos

O desertor norte-coreano Hwang Jang-Yop foi encontrado morto ontem em sua casa, na Coreia do Sul, aparentemente vítima de um ataque cardíaco, informou a emissora de televisão YTN. Um porta-voz da polícia de Seul confirmou a morte de Hwang, aos 87 anos de idade, sem dar mais detalhes. Hwang Jang-Yop estava no banheiro, e sua morte foi provocada por causas naturais, segundo a YTN. As autoridades, no entanto, ainda não descartaram a hipótese de assassinato em suas investigações. Hwang foi tutor de Kim Jong-Il antes de fugir para a China em 1997. Ele vivia sob proteção policial constante e recebia ameaças de morte com frequência. O local de sua residência era mantido em segredo. As primeiras informações da tevê sul-coreana indicavam que ele vivia em Seul.

De acordo com a agência sul-coreana Yonhap, um guarda-costas dormia na casa de Hwang, onde não há sinais de luta. Seu corpo passará por uma autópsia. Em julho, dois espiões norte-coreanos foram condenados pela justiça da Coreia do Sul a dez anos de prisão por terem se passado por refugiados para tentar assassinar Hwang Jang-Yop.

No mais imponente desfile militar dos últimos anos, a Coreia do Norte apresentou ao povo e ao mundo, por meio de imagens televisadas neste fim de semana, o provável futuro dirigente do país, Kim Jong-Un, de 27 anos, filho do atual líder. Ele apareceu junto ao pai, Kim Jong-Il, e aplaudiu constantemente os milhares de soldados que desfilaram diante deles, seguidos de tanques, porta-mísseis e outras armas pesadas. Televisões estrangeiras foram convidadas para transmitir as imagens do herdeiro político para o exterior. Segundo a agência sul-coreana Yonhap, essa é a primeira vez que a transmissão ao vivo das imagens de um desfile militar é autorizada para além de suas fronteiras. A Coreia do Norte organizou esta parada para comemorar o 65.º aniversário da criação do Partido dos Trabalhadores da Coreia, o único partido do país, mas Pyongyang parece ter encontrado um pretexto para oficializar e celebrar Kim Jong-Un como futuro dirigente. "Foi para mostrar publicamente ao mundo o próximo dirigente", afirmou Paik Hak-Soon, do Instituto Sejong da Coreia do Sul. O jovem, cuja data de nascimento correta continua sendo um mistério, saiu do anonimato no final de setembro, quando foi promovido general do exército e teve acesso a altos cargos dentro do partido.

A Coreia do Norte é a única dinastia comunista do mundo. Kim Jong Il sucedeu seu pai, Kim Il Sung, fundador da República da Coreia. Na sexta-feira, um alto dirigente norte-coreano confirmou que Jong-Un sucederá seu pai depois da morte de Kim Jong-Il, de 68 anos, que sofreu um derrame cerebral em agosto de 2008 e está visivelmente frágil de saúde. Durante o desfile, vestido com seu habitual uniforme, o dirigente aplaudiu e saudou as tropas com a mão direita, sem muita segurança.

Em um discurso, o chefe do Estado-Maior militar Ri Yong-Ho prometeu utilizar os armamentos nucleares coreanos para defender no caso de "os imperialistas americanos e seus discípulos tentarem usurpar a soberania e a dignidade de nosso país".

A parada militar contou com tropas de terra, mar e ar, assim como as forças internas de segurança, a Guarda Vermelha, operários, camponeses e a Jovem Guarda Vermelha. O exército norte-coreano conta com 1,19 milhão de efetivos e é um dos cinco maiores do mundo. Junto ao desfile das tropas, milhares de civis agitavam ramos de flores seguindo uma coreografia perfeita.

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