O número de pessoas com fome no mundo passou de 850 milhões para 925 milhões em 2007, em razão da disparada dos preços dos alimentos, anunciou nesta quarta-feira (17) em Roma o diretor da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Jacques Diuf.

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"O número de pessoas subnutridas antes da alta dos preços de 2007-2008 era de 850 milhões. Este número aumentou durante o ano 2007 em 75 milhões, alcançando os 925 milhões", declarou Diuf em audiência nas Comissões das Relações Exteriores e de Agricultura do Parlamento italiano.

O índice FAO dos preços dos alimentos teve aumento de 12% em 2006 com relação ao ano anterior, de 24% em 2007 e de 50% durante os sete primeiros meses deste ano, acrescentou Diuf.

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Investimento

"É preciso investir US$ 30 bilhões por ano para duplicar a produção de alimentos e acabar com a fome", acrescentou. Esse valor é necessário para, segundo ele, dobrar a produção de alimentos para dar de comer a 9 bilhões de pessoas.

Segundo ele, este valor é "bastante modesto", se comparado às somas desembolsadas pelos países membros da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) em apoio à sua agricultura (US$ 376 bilhões) ou a seus gastos com armamento (US$ 1,2 trilhão em 2006).

Os países membros da FAO se comprometeram durante a cúpula no início de junho em Roma a reduzir pela metade o número de pessoas que sofrem de fome até 2015, apesar da crise de alimentos, segundo a declaração final desta reunião.

Esse texto, obtido após árduas negociações, confirma as conclusões das cúpulas sobre alimentação de 1996 e 2002: "Alcançar a segurança alimentar" e "Reduzir à metade o número de pessoas subnutridas até 2015 no máximo".

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Em Roma, Diuf considerou que, com as tendências observadas hoje, "esta meta seria alcançada em 2150 em vez de 2015".

Na cúpula de Roma, os doadores se comprometeram a conceder mais de 6,5 bilhões de dólares para a luta contra a fome a pobreza.