• Carregando...
Exército do ditador Muamar Kadafi comemora a retomada da cidade de Ajdabiya e avança rumo a Benghazi, principal reduto dos rebeldes | Ahmed Jadallah/Reuters
Exército do ditador Muamar Kadafi comemora a retomada da cidade de Ajdabiya e avança rumo a Benghazi, principal reduto dos rebeldes| Foto: Ahmed Jadallah/Reuters

Imprensa

Jornalistas do New York Times desaparecem no leste da Líbia

Washington - Quatro jornalistas do jornal norte-americano The New York Times, incluindo o vencedor do prêmio Pulitzer por duas vezes, Anthony Shadid, estão desaparecidos no leste da Líbia, onde cobriam os confrontos entre rebeldes e forças líbias. O Times informou que a última vez que editores do jornal entraram em contato com os quatro experientes correspondentes de guerra foi na manhã de terça-feira, no horário de Nova York.

A publicação informou ainda ter recebido informações de que membros de sua equipe de reportagem na cidade portuária de Ajdabiya foram "levados por forças do governo líbio", mas essas informações não foram confirmadas.

Brasileiro

Situação semelhante viveu o brasileiro Andrei Netto. O jornalista foi preso na região de Sábatra, junto a um colega de um jornal britânico, e passou oito dias em poder das forças leais ao ditador Muamar Kadafi. Netto voltou ao Brasil no último dia 10.

AFP

Trípoli - O Exército líbio deu um ultimato ontem para os moradores de Benghazi, segunda maior cidade do país e reduto dos rebeldes que lutam contra as forças do ditador Muamar Kadafi, alertando-os a deixar os locais controlados pelos insurgentes e a depositarem suas armas até o início da noite (pelo horário de Brasília), informou a televisão estatal líbia.

Um texto transmitido na tela do canal Al-Libya disse aos moradores da cidade, no leste do país, que o Exército estava se aproximando para "apoiá-los e libertar a cidade das gangues armadas". "Pedimos que vocês deixem até meia-noite (horário local) as áreas onde homens armados e depósitos de armas estão localizados."

Notícias da mídia local informaram na terça-feira que os apoiadores de Kadafi fizeram ataques na cidade, o que os jornalistas internacionais não puderam confirmar. Não estava claro se esse alerta será seguido de alguma ação.

A Líbia está em crise desde meados de fevereiro, quando opositores a Kadafi, insatisfeitos com as condições sociais e impulsionados por uma onda popular árabe, passaram a organizar ações para a retirada do ditador do poder. Ele governa o país há 41 anos.

Também nesta quarta-feira, a televisão mostrou imagens da retomada definitiva de Ajdabiya, o último bastião dos rebeldes. As autoridades já haviam anunciado na terça-feira que Ajdabiya estava sob controle das forças do governo. Mas, segundo testemunhas, os combates prosseguiam na cidade e nos arredores. "Ouvimos explosões durante o dia inteiro", contou um funcionário de um hotel. Segundo um médico do hospital da cidade, pelo menos 26 pessoas foram mortas em Ajdabiya pelos bombardeios efetuados desde terça-feira.

Em Benghazi, o clima mescla desconfiança e nervosismo, com alguns cidadãos prevendo um banho de sangue, e outros confiantes de que os rebeldes ainda podem derrubar o líder Muamar Kadafi, há 41 anos no poder. A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras disse que precisou retirar seu pessoal da cidade e começou a transferir as equipes para Alexandria, no Egito.

Petroleiro

Em contrapartida aos ataques, os rebeldes capturaram ontem um navio petroleiro carregado de 25 mil toneladas de combustível, afirmou Mustafa Geriani, um dos porta-vozes do comando insurgente. O navio tinha zarpado da Grécia e se dirigia à cidade ocidental de Zawiyah, a 60 km de Trípoli, quando foi capturado pelos rebeldes. Os insurgentes se apropriaram da carga da embarcação, à qual rebatizaram, declarou outro representante dos rebeldes, segundo quem o navio foi trasladado ao porto de Tobruk, perto da fronteira com o Egito e na zona sob controle insurgente. A embarcação é propriedade da Companhia Nacional de Trans­porte Marítimo (GNMTC) líbia, dirigida por Aníbal, um dos filhos do líder Muamar Kadafi.

Zona de exclusão

Enquanto isso, a comunidade internacional ainda está em um impasse sobre a criação de uma zona de exclusão aérea. A Fran­­ça e a Grã-Bretanha são fa­­vo­­rá­­veis à medida que impediria o ditador de usar sua artilharia para bombardear os rebeldes e civis. Mas a Itália, que seria uma possível base para essa operação, descartou qualquer intervenção militar.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]